quinta-feira, 9 de abril de 2009

Sobre o Estágio

Etevaldo Nunes Lopes

O estágio proporcionou-me experiência nova, porque na verdade, possibilitou o contato direto com a realidade social pelo qual vivem às mulheres do bairro da Concic, bem como conhecer o espaço em que elas organizaram, ou seja, imputadas e desprovidas de elementos fundamentais que são os direitos básicos e elementares da pessoa humana, como educação, saúde, moradia, infraestrutura, segurança, etc. tiveram a idéia se organizar em torno do bem comum, por isso o surgimento da associação de mulheres do bairro da Concic (AMBAC).
A experiência de ter podido compartilhar um pouco do nosso conhecimento enquanto equipe e ao mesmo tempo buscando aprender com a comunidade as suas experiências, seus relatos de vidas, suas histórias, suas conquistas, bem como os desafios que terão que enfrentar dentro desse espectro de sociedade denominada de contemporânea, onde a mulher conseguiu galgar espaços importantes, mas ao mesmo tempo percebe-se que ainda há barreias que precisam ser quebradas para que pensemos em uma sociedade mais justa e equânime.
Do ponto de vista do conhecimento, vivenciar algo novo, quanto mais quando este advém ou parte dos anseios coletivos, diria que amadurece o espírito e humaniza o indivíduo, também nesse sentido floresce o desejo de crescer harmoniosamente sem precisar obliterar o espaço do outro, isso também se reveste ao pensamento e construção da alteridade, aliás, discurso que soa como moda no espaço acadêmico, que teoricamente falando seria o pensamento perfeito, se não houvesse na prática o contrário.
Assim o que me chamou a atenção, diria que não fora só a mim, mas também aos meus pares, foi a própria construção do painel integrado, em que cada grupo de forma dinâmica destacaria três desejos mágicos, e colaria no cartaz, pudemos observar que as mulheres desta associação lutam ainda por direitos básicos, como calçamentos, segurança, moradia, e prioritariamente a educação, que fora digamos assim, a mola propulsora para o surgimento da associação, que nasceu da necessidade de se construir uma creche no bairro.
Quando se participa destes espaços até então esquecidos se percebe que a sociedade organizada tem um poder de pressão sobre o poder público muito mais eficaz do que ficar a mercê tão somente do governante de plantão, é a que velho ditado, se ficar esperando pelos os políticos as coisas simplesmente não acontecerão.
Este estágio fora o mais exaustivo, esgotemos muitas energias, enfrentamos muitas dificuldades, para mim foi uma experiência ímpar, onde a construção de qualquer caminho, nesse entendimento se refere à profissão, que é sobretudo um preparo para o amadurecimento, pois acaba vivenciando situações muitos sensíveis, entre elas a carência estampada no rosto das crianças e das mães que trouxeram seus filhos também para que naquele momento pudéssemos saciá -los no lanche matinal, infelizmente esta é a realidade da nossa cidade, do nosso país.
Em muitos momentos é preciso ser forte se quiser ensejar algo de importante na vida, cada um sabe e conhece o seu próprio limite, é preciso sensatez e humildade se quiser desistir sem tornar-se exânime, lânguido, e sem fraquejar os outros, isto é virtude é experiência. Portanto, veja se este poema tem a ver com sua experiência, no desejo certo de seguir em frente.
De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido
Antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura, um encontro. (Fernando Pessoa).
Esta busca, este encontro me proporcionou mais uma centelha de experiência na vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário