terça-feira, 7 de abril de 2009

Historia e Cidadania

Historia e Cidadania
Porque ensinar historia hoje?
Marcelo de Souza Magalhães

O autor traz um pouco do panorama do ensino de historia, o qual como disciplina escolar tinha o objetivo de “construir a memória da nação com unidade indivisível e fornecer os marcos de referencia para se pensar o passado, o presente e o futuro”. O ensino de historia no Brasil passou por varias reformas: com implementação, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, que vem delimitar a identidade nacional e inserir o país numa perspectiva de progresso diferenciando-o das demais nações (latino-americanas); com a Escola Nova nas décadas de 1920 e 1930 que veio questionar a “ênfase no estudo do passado”; os conteúdos ensinados (a historia política e sua relação com o nacionalismo e o militarismo) e também a memorização excessiva; nas décadas de 1960 há uma abertura para o ensino interdisciplinar: a partir da década de 1980 no ensino de historia surgem novas propostas curriculares. Assim, Magalhães vem questionar: porque ensinar historia hoje? Qual a sua importância?

Disputas em torno do que ensinar

Há duas que ocorreram na França e no Brasil, a primeira se desenrola em torno do Filme Danton, do diretor polonês Andrzej Wajda, o qual atribui “a Danton o papel de herói no período do terror, cabendo a Robespierre desempenhar o papel do tirano, com traços acentuados de loucura”. A segunda discussão é sobre a reforma das propostas curriculares no Brasil na década de 1980, onde a imprensa ataca fortemente chegando a atribuir papel de “produtora de lavagem cerebral nos alunos”, tornando a disciplina de historia, a única sem uma proposta concluída. Assim Marcelo Magalhães quer mostrar o quanto à disciplina esta “relacionada à formação do cidadão e a construção de identidade”.

Propostas curriculares de historia: a questão da cidadania.

Uma análise, feita pela historiadora Circe Bittencourt, das propostas curriculares de 1990, que tem a preocupação com a formação do cidadão. São abordadas a forma de apresentação, suas formulações e definições de objetivos.
Enquanto na década de 1970, prevaleciam os princípios tecnicistas, “os textos curriculares de 1990 são portadores de apresentações que procuram fazer uma reflexão sobre a área de conhecimento; no caso de historia”. Em relação aos conteúdos, continua a existir a disciplina Estudos Sociais de 1ª a 4ª series, já a partir da 5ª a 8ª series, é ensinado as disciplinas de Historia e Geografia. Se tratando dos objetivos, procuram abarcar alem da formação de cidadãos críticos, a construção de identidade fazendo relação entre o nacional e o global.

O significado de cidadania nos PCNs

O autor defende a idéia de que os PCN s trazem a questão da identidade no ensino de historia para facilitar o trabalho de construção com os alunos de noções como semelhanças/diferença, permanência/mudança e, também, a percepção de que no âmbito do social existem processos múltiplos de pertencimento (de gênero, étnico, de classes, de grupos sociais, de Estado Nacional etc.).
Em relação ao conceito de cidadania é preciso refletir sobre sua dimensão histórica. A cidadania hoje deve incluir temas e problemas como: “o desemprego, a segregação étnica e religiosa, o reconhecimento da especificidade cultural indígena, os novos movimentos sociais, o desrespeito pela saúde, a preservação do patrimônio histórico cultural, a preservação do meio ambiente, a ausência de ética nos meios de comunicação de massa, o crescimento da violência e da criminalidade”.
Assim, Magalhães vem trazer que cidadania abarca duas perspectivas. Uma que procura ampliar os direitos civis, políticos, sociais e culturais. A outra esta relacionada ao reconhecimento de grupos até então subalternos (negros, mulheres, homossexuais), ou seja, deve haver um respeito a heterogeneidade de grupos sociais.

JOSÉ FERREIRA RIBEIRO

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