quarta-feira, 8 de abril de 2009

Memória de vida na praça

CLÉSIA DIAMANTINO
COMENTÁRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR




Memória de vida na praça




Chegamos ao 7º semestre. O Estágio precisava acontecer, porém num espaço não formal.
A proposta foi excepcional, pois logo que o professor fez o comunicado, logo me animei e propus um trabalho com os idosos. Sempre tive esse interesse em desenvolver algo com os idosos.
Juntamos em sala e nos reunimos para propor o trabalho que seria desenvolvido com esse público. Planejamos, organizamos toda a proposta, mas no decorrer do tempo, tivemos que mudar a proposta, pois apareceu outro grupo com a mesma, inclusive no mesmo espaço onde havíamos escolhido.
Primeiro seríamos Marco e eu. Depois se juntaram a nós Ana Bela, e Rudival. O trabalho ficou ainda melhor. Propostas aumentaram ainda mais e as idéias ficando mais interessantes.
O trabalho em si foi muito gratificante porque teve como tema Memórias de uma vida. Mas ficou um pouco complexo, então acrescentamos, na praça. Ficou: Memórias de uma vida na praça. O objetivo era apresentar os relatos de vida aos mais jovens, para que houvesse mais respeito e atenção com os idosos, valorizassem mais seus parentes, avós, que os idosos se sentissem valorizados, importantes, ativos numa sociedade, onde alguns valores familiares estão sendo esquecidos.
Fomos até a casa de algumas pessoas da praça do Rosário perguntar se queriam ser entrevistadas, o que fomos recebidos muito bem.
Marcávamos e em outro momento íamos entrevistá-los. Como tudo em grupo há problemas, o meu não fugiu a regra. Encontramos alguns contratempos e desencontros. Mas nada que pudesse atrapalhar o trabalho.
A experiência foi excelente. As memórias que os idosos têm são impressionantes; sua história de vida, suas lembranças, toda uma vida de alegrias, tristezas, sonhos realizados e não realizados, perdas e ganhos de filhos e netos, muitas vezes a perda de filhos e maridos bem precoce. Enfim, tudo isso nos faz dar mais valor a esses sujeitos que tanto contribuíram e contribuem para a nossa formação, para a nossa educação nos dias atuais, e que muitas vezes não são valorizados como deveria.
Com essa experiência pudemos perceber a carência desses idosos, a necessidade de ter contato com pessoas, ensinar aquilo que aprenderam enquanto jovens, mostrar seu prêmios ganhos em competições, enfim, dialogar com alguém.
Após as entrevistas, as filmagens, horas na casa daquelas pessoas ouvindo suas histórias, vendo suas fotografias de pessoas que mais marcaram sua vida, relatos de momentos inesquecíveis que eles viveram, chega o momento de apresentar o resultado do trabalho. Fez-se convite aos próprios entrevistados, aos vizinhos, aos moradores do bairro para assistirem ao documentário.
Enfim, o resultado foi muito gratificante, pois a proposta, o objetivo inicial foi alcançado. Trabalhar com idosos realmente é fantástico.
Esse tipo de trabalho, essas experiências nos faz crescer muito. Primeiro porque desfaz a idéia de que Universidade é um espaço fechado no seu mundo acadêmico, e faz com que os alunos enxerguem o mundo e o conhecimento que há após as muralhas da academia.
Infelizmente, esse trabalho só aconteceu pela incompatibilidade do tempo e as aulas nas escolas. Mesmo assim, fica a proposta de desenvolver outros trabalhos fora da academia, fora desse espaço que muitos consideram o centro do conhecimento.

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