quinta-feira, 30 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Reflexões: EDUCAR, ÓH ATO SIMPLES! SERÁ?


Pessoas desinformadas apontam que o profissional do Magistério (funcionário público) é um peso para a nação, que nada ou quase nada tem a oferecer, a não ser reivindicar salários e direito à vitaliciedade no cargo que ocupa.



Temos o “bom costume” de dizer que nada “no espaço público presta”, temos tendência a achar que o desempenho de professores da escola pública é péssimo, e que eles ainda reclamam do que ganham. Ironia à parte, mas esta profissão em qualquer esfera, privada ou pública, é uma profissão séria e de risco. Somente quem é desinformado tende a menosprezar a função. Não sabem que por detrás há todo um esforço e muito sofrimento para tentar educar as gerações deste País. Claro que isto depende do esforço individual, às vezes pouco fiscalizada, mas não se pode presumir que educar é um ato “simples”, pois não é, basta ver: Planos de curso, de unidade, de aula, de ação, cursos de aperfeiçoamento, ACs, projetos, e tantas demandas que se exigem para se manter enquanto educador. Quando este pensa que domina 10% do necessário para estar em sala de aula, a sociedade já mudou, e este profissional precisa re-começar do zero.


Para saber como funciona o ato de educar, as pessoas antes de abrirem à boca precisam acompanhar a rotina de um professor por uma semana... Saberá que educação não se faz apenas de giz ,cuspe e papel mas da relação inter pessoal, que é conflituosa.

E O PISO SALARIAL DO PROFESSOR?

O valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica com formação em nível médio na modalidade Normal foi fixado pela Lei em R$ 950,00;
A lei prevê que o piso de R$ 950,00 seja aplicado para uma jornada de 40 (quarenta) horas semanais;
O Piso deve começar a ser pago em 1º de janeiro de 2009, de forma progressiva e proporcional, tendo seu valor integralizado em 1º de janeiro de 2010;
A Lei diz que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
Se um professor recebe atualmente uma remuneração mensal superior a R$ 950, 00, seja ela composta de salário, gratificação ou outras vantagens, a implementação do piso poderá fazer com que tais vantagens sejam incorporadas ao seu vencimento, mas não poderá reduzir sua remuneração total (FONTE: portal. mec. gov. br).

Imagem: Fonte: WEB

sábado, 11 de abril de 2009

História e Cidadania - Por que ensinar história hoje?
Comentário por Lídia Machado

O autor aborda de forma concisa, porém eficiente, a tragetória do ensino de história. A mesma na construção do Hexágono, desempenhava claramente uma função cívica e alimentava o discurso da democracia republicana. No Brasil a história passou a ser disciplina escolar na metade do século XIX, no momento da afirmação do estado nacional.
A história brasileira só foi pensada de forma sistemática em meio ao processo de consolidação do Estado Imperial, e enquanto disciplina se ocupava principalmente com a sociedade contemporânea, e seu conteúdo se limitava a história política e sua metodologia a decorar nomes e datas dos "grandes feitos".
Os cursos univesitários que foram votados para formação dos professores secundários, surgiu como uma inovação e caminho de mudança do ensino de história no Brasil, que durante muito tempo ficou à deriva e controlado por forças políticas. A ditadura militar interrompeu esse inovação, cedendo assim espaço para a disciplina de Estudos Sociais, que usava a história como instrumento de formação de um espírito cívico.
O autor relata as principais disputas ocorridas em torno dessa disciplina e como o interesse visava a propagação e permanencia da classe dominate. Mesmo com algumas mudanças, a história continuou a ser repartida em eixos políticos e nos ciclos econômicos do país. Com a criação dos PCNs a principal função do ensino de história é formar cidadãos críticos e contribuir para um melhor desempenho do papel de educador.
Os PCNs compartilha a idéia de que a história moderna da cidadania se constitui pela ampliação dos direitos a serem garantidos, não limitando o ensino de história só ao eixos políticos e econômicos, como aconteceu antes de se perceber com um novo olhar o objetivo da história.

Referência: MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e cidadania: por que ensinar história hoje. In. ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.


Experiência do Estágio Supervisionado III

Ana Bela O. Pereira Lima

Minha experiência da disciplina do Estágio Supervisionado III, lecionado pelo professor Sidney, proposto no espaço informal, com a equipe formada por Clésia, Rudival, Marcos e eu Ana Bela. Foi muito importante para minha formação em licenciatura em história.

Apesar da falta de organização por parte da acadêmica UNEB – Campus XIII, posso avaliar essa experiência como boa.

Iniciamos o Estágio na Praça do Rosário, com o projeto Memórias de uma Vida, entrevistando os antigos moradores que ainda residem neste local. O Objetivo do projeto era resgatar a memória desses idosos na juventude fazendo comparações com o modo de vida.

Com os idosos entrevistados pode aprender mais sobre a história da minha cidade Itaberaba a qual tanto gosto e perceber que há muitas questões para ser investigada e explorada. Exemplo a forte influência que a Igreja Nossa Senhora do Rosário teve na formação da cidade e, sobretudo exercia na juventude daquela época e que ao longo do tempo perdeu suas forças afastando-os da vida religiosa.

Portanto a cada entrevista era um novo aprendizado. Aprendi na prática como a memória e oralidade são importantes para o pesquisador, valorizar mais a história de Itaberaba e analisar em que contexto social a cidade se encontra hoje, nos aspectos políticas, cultural e econômico etc.

E sentir um pouco na pele como é difícil a profissão de historiador. Essas questões citadas acima são as partes importantes e boas da experiência do meu Estagio.

Concluímos o Estagio com apresentação do documentário no Espaço Zumbi dos Palmares com a presença dos idosos e da comunidade. Com a missão cumprida tive uma sensação de que pode deixar minha pequena colaboração para a comunidade com o documentário, outras pessoas possam utilizar para elaborarem outros trabalhos.

Enfim essa experiência foi uma troca de aprendizado dos idosos para mim e de mim para os idosos (recíproco).

Bibliografia:

KARNAL,Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas (org). São Paulo: Contexto, 2003

"28 mil professores na Paraiba são tapa-buraco"

"A pouca procura por cursos de licenciatura nos vestibulares tem gerado a carência de professores qualificados na educação básica, em todos os municípios paraibanos. Segundo os últimos dados do Sistema de Estatísticas Educacionais do Ministério da Educação (MEC), 28 mil postos de trabalho (47% do total), nas redes pública e particular de ensino da Paraíba, são ocupados por professores que não têm a formação adequada para ensinar (licenciatura). Mesmo assim, eles lecionam em turmas de 5ª a 8ª séries e no Ensino Médio e acabam atuando como “tapa-buraco” e assumindo a responsabilidade de ensinar conteúdos que, muitas vezes, não conhecem e não dominam.
Os dados mostram, ainda, que 3,7 mil vagas são ocupadas por profissionais que não têm nem mesmo a graduação e 25 por quem só tem o Ensino Fundamental, sendo que em quatro postos de trabalho, os professores atuam no Ensino Médio e “ensinam” alunos que têm um grau de escolaridade maior que o deles.
A carência de profissionais capacitados é considerada alarmante pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e tende a se agravar, pois somente na rede estadual de ensino da Paraíba, 3 mil educadores do quadro efetivo já atingiram a idade de se aposentar. O CNE e a Associação dos Professores de Licenciatura Plena (APLP/PB) alertam para a ameaça de um “apagão” na educação, caso medidas emergenciais e estruturais não sejam tomadas."

Matéria completa no site: http://www.agencia.ufpb.br/ver.php?pk_noticia=3679

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Relato sobre a experiência do estágio (A festa de Reis no B. do Barro Vermelho)

Por Edilaine Silva

Como é difícil estar em um espaço não-formal na condição de uma futura professora de História. Por certo tempo acreditei que seria mais fácil, visto que a instituição pública possui certas regras que “podam” a atuação do professor. Grande equívoco o meu. Percebi que estava equivocada quando depois de muitas idas e vindas na comunidade do B. do Barro Vermelho encontramos certas restrições e nosso projeto passou por uma “banca examinadora” pra ser aprovado ou não.
Naquele instante eu percebi como as organizações não estatais são igualmente preparadas com suas leis e regimentos. O que mais me deixou contente foi a coletividade daquelas pessoas. Aos poucos fomos nos reinventando, mudando a metodologia de trabalho para dar conta da maneira que a comunidade era estruturada e para não ferirmos a mesma em termos organizacionais.
Minha surpresa foi a recepção das pessoas à nossa presença no Bairro, fiquei muito lisonjeada com a confiança e o carinho. Aos poucos fomos conseguindo as entrevistas, que por sinal foram muito boas.
Outra coisa que pude observar foi a realidade do maior bairro da cidade e tentar compreender as pessoas, alunos não-formais e futuros alunos formais. Acredito que nosso trabalho fez mais do que valorizar a cultura do bairro, me fez entender a realidade do trabalho de campo, as dificuldades de se conquistar a confiança das pessoas e principalmente a me despir de pré-conceitos sobre os lugares da cidade.
Clio e Mnemosyne não brigam para ocupar o espaço da outra, elas andam juntas, companheiras de estrada, elas nos acompanharam perfeitamente neste trabalho. A companhia delas nos fez discutir conceitos sobre cultura e festa popular e a importância do reisado para essas pessoas. Escutar, ter paciência e persistência é tarefa árdua, mas nos deixa com a sensação de trabalho cumprido e ao mesmo tempo nos deixa com a sensação de que nada será como antes, nem para nós, que aprendemos tanto com as experiências pessoais, nem para aquelas pessoas, que agora percebem o valor da cultura daquele lugar.

História e cidadania: por que ensinar história hoje? Marcelo de Souza Magalhães

Por Edilaine Silva


Desde quando a disciplina História foi implementada, no final do século XVIII e início do XIX na França, que se pensava a sua função enquanto umas das fundadoras da nação e com um caráter cívico. A mesma só foi implementada no Brasil após a criação do Colégio Pedro II no século XIX, era uma história baseada nos valores da Europa Ocidental, sofrendo profundas influências da França.
Para o autor Marcelo Magalhães o nascimento da História do Brasil enquanto disciplina só aconteceu no ano de 1895, onde se trabalhava através biografias de brasileiros considerados ilustres, era uma história que afirmava o mito fundador da nação para fortalecimento de uma identidade nacional homogênea. Essas características, juntamente com a idéia de progresso, foram obtidas principalmente após o modelo historiográfico do IHGB.
No final da década de 20 surgem os Annales que repensavam a historiografia e criticavam a produção histórica baseada nos acontecimentos políticos. No Brasil entre 20 e 30 aconteceu o movimento da Escola Nova que pontuava o caráter da preocupação excessiva da história para com o passado e a memorização excessiva dos fatos, datas e nomes.
Apesar desse movimento, em 60 a situação muda com o advento da Ditadura Militar; havia um controle maior do Estado quanto à história e utilizavam a mesma para formação de um espírito cívico.
O que se percebe é que por trás das disputas pelo que ensinar e de como é organizado o currículo escolar estão ideologias. São essas ideologias que permeiam mudanças de “temas” a serem estudados, é o chamado “currículo oculto”.
O certo é que desde quando a disciplina História surgiu, está relacionada à formação do cidadão. E as mudanças políticas, sociais e ideológicas é que vão dar o tom para que tipo de cidadão vai ser “formado”.
Cada época tem um “tipo-ideal” a ser idealizado. A partir da década de 1990 aparece a preocupação com a formação de um “cidadão crítico” dentro dos Parâmetros Curriculares Nacional.
A Cidadania hoje ampliou mais pontos e engloba além de questões sobre participação política no Estado e dos direitos sociais, a inclusão de novos direitos políticos. A introdução dos temas transversais tenta dar conta desta sociedade contemporânea tão inconstante, tão mutável e imprevisível. Sobre a questão da identidade, sobressai o direito à diferença.

Referência: MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e cidadania: por que ensinar história hoje. In. ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.

A transversalidade e a Renovação no Ensino de História

Ana Bela O. Pereira Lima


O autor José Alves trata com coerência os temas transversais destacando a importância desta para renovação no ensino de historia.
José Alves inicia o texto apontando para os problemas que passa o sistema educacional e social. Fator socioeconômico que reflete na vida de todos os indivíduos, causando afastamento dos alunos mais carentes das escolas publica.
No campo educacional José Alves discute a maneira como os conteúdos são abordados, transmitidos e trabalhados na sala de aula com métodos tradicionais.
Enfatizando a disciplina de historia o autor analisa e critica como os conteúdos de história e acabada, priorizando os grandes feitos e heróis afastando alunos dos contextos históricos, transformando o espaço escolar pouco interessante. Diante desse contexto o autor chama atenção dos docentes de história para a proposta dos temas transversais que atravessa os conteúdos e principalmente analise os conceitos e ato de educar e a própria história.
O docente tem que se enquadrar na nova forma de abordar os conteúdos de história, qual objetivo quer alcançar com aluno, aproximar da realidade dos mesmos e insere-los no contexto histórico para formar cidadãos conscientes de suas histórias, formadores de opinião, ou seja, ser humano crítico. Os temas transversais: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio ambiente integrando-se a disciplina de história ajudara a combater que os docentes trabalhem esses conceitos de modo dinâmico e interessante para que o aluno sinta motivado para estar presente na sala de aula e melhora a maneira de se relacionar com outras pessoas fora do ambiente escolar também.

Esses temas, presente na realidade dos brasileiros, devem se referência constante na prática escolar dos alunos de ensino fundamental e médio. (Alves José 2003, p. 59)

Diante destas questões os outros expõem três exemplos que foram aplicados com a transversalidade. O mesmo analisa os primeiros exemplos e conclui que: o primeiro é o trabalho interdisciplinar segundo o mesmo é uma colagem feita porá várias disciplinas tentar unificar apartir dos fragrementos e a considera como uma overdose de informação, o segundo é criar dentro da grande curricular e do horário semanal um espaço para discutir os temas transversais, que o mesmo também considera inviável para trabalhar, ao criar um espaço para discutir o tema contraria o principio da transversalidade, já que os temas transversais têm que ser abordados juntos com as disciplinas.
Portanto a terceira analise como a mais viável a serem trabalhadas as disciplinas como meio e a transversalidade como fim. Estar deixarão de buscar objetivos em si mesmo, como tradicionalmente era feito, para se mostrarem como meio para realização dos objetivos por meio dos temas transversais.
Entretanto no ensino de história tanto os eixos temáticos como histórias clássica. (temas ou períodos) podem ser trabalhados renovados com os temas transversais.
Vale apena ressaltar que depende da consciência de cada educando assumir esta realidade que é renovar o ensino de história.
O autor conclui afirmando que sabendo que o ensino é algo dinâmico e necessita adaptar-se ás diversas realidades e alunos, vimos que, numa abordagem tradicional com na implantação de eixo temático, o professor pode e deve renovar o ensino de história.

Bibliografia:

História na sala de aula: conceitos práticas e propostas / Leandro Karnal, (org): - São Paulo: Contexto, 2003

Um ensino transversal? Ou interdisciplinar?


O conceito de transversalidade na educação é facilmente confundido com a interdisciplinaridade, mas existem diferenças palpáveis entre elas, por isso é necessário conhecemos o esqueleto do conceito depois disto ficaram expressas suas particularidades. A forma como os conteúdos são escolhidos e abordados em sala de aula é o grande foco deste debate, pois nos reportamos ainda no século XIII ao modelo tradicional, mas a experiência tem mostrado a necessidade de mudanças para que o processo de ensino e aprendizagem acompanhe o desenvolvimento tecnológico e cultural, o modelo quadrado de distribuição e escolha "daquilo" que vai ser ensinado não cabe mais na atual conjuntura em que o conhecimento é construído em cliks e divulgado também com um clik, a sensação que temos é que tudo está acelerado, os seres humanos com suas diferenças e anseios estão desenvolvendo cada vez mais suas particularidades, construções sociais de séculos ou milênios estão sendo desconstruídas em décadas; o ensino transversal é a possibilidade de inserir no contexto das disciplinas discussões abrindo assim um leque de possibilidades. Não apenas “juntar matérias afins” (interdisciplinaridade), mas promover um conhecimento amplo, afinal de contas se na escola a disciplinas aparecem de forma separada como querem que se juntem na cabeça dos alunos? Como se não tivessem nada a ver uma com a outra?

Os temas transversais que nasceram desta proposta revelam a urgência que a sociedade brasileira tem em tratar alguns assuntos dentro da sala de aula, sendo eles:

ÉTICA

MEIO AMBIENTE

PLURALIDADE CULTURAL

TRABALHO E CONSUMO

SAÚDE

EDUCAÇÃO SEXUAL



Marcos Silva

Texto: A transversalidade e a renovação no ensino de História, comentado por Etevaldo Nunes Lopes, 8º semestre de História, Universidade do Estado da

Etevaldo Nunes Lopes

Para José Alves de Freitas Neto educar é um desafio constante, ainda segundo o autor não é tão somente um desafio, mas a possibilidade de discutir e destrinchar as diferentes matizes do conhecimento adquirido pela a humanidade ao longo do tempo.
Para tanto, o autor afirma que o mundo está em constante transformação, por outro lado faz-se necessário que o educador além de saber interpretar e acompanhar com agilidade esta evolução acelerada na produção do conhecimento e da informação, também é preciso saber traduzir o conhecimento para o cotidiano do aluno.
O autor aponta que é importante perceber que a fragmentação dos conteúdos, dos horários, bem como a estrutura burocrática das escolas, o quanto dificultou o senso investigativo e explorador dentro da realidade pelo qual se encontram professor e aluno.
O autor faz uma análise de realidades diametralmente opostas, na sua visão o aluno que tem acesso às novas tecnologias, ou seja, ferramentas tecnológicas como a rede de computadores, tem como construir seu próprio espaço, enquanto que o aluno, que estar desprovido das condições socioeconômicas só lhe resta buscar a minimamente à sobrevivência, por um outro lado, a realidade pode ser mais dinâmica do que a mera aula expositiva.
Esta é uma problemática, que segundo José Alves de Freitas Neto, a resposta é complexa, ainda segundo Freitas Neto não teríamos condições de esgotá-la, ou seja, no tocante a esta questão pode se dizer que estamos longe de encontrarmos uma solução, na visão do autor trata-se de uma resposta cujo plural deve ser encontrada no âmbito prático, bem como na realidade de cada educador.
Nesta acepção, de experiências vividas provavelmente vivenciadas nos espaços escolares. No entanto, segundo o autor desde 1995, se encontra atrelado aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o conceito de transversalidade , que tem a proposta assertiva de minimizar os efeitos da fragmentação dos conteúdos, etc.
A transversalidade sobre a ótica da realidade brasileira, os especialistas de diversas áreas de ensino, que segundo o autor se configura em cinco temas transversais para a educação nacional: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio ambiente, etc. Estes temas na visão do autor poderiam muito bem ser trabalhados e discutidos como apêndices das disciplinas tradicionais, o grande problema é como estes temas vêm sendo trabalhados na sala aula, ou melhor, como a transversalidade estar sendo trabalhada na sala de aula para que se tenha um resultado positivo?
O autor chama a atenção que não se trata de criar novas disciplinas, mas saber como lidar com a transposição didática, ou seja, trabalhar com conteúdos truncados especificamente na disciplina de História, destrinchar estes conteúdos contextualizando com elementos próprios do cotidiano sem que se perca na banalização de “cotidianizar” tudo que ver pala frente.
Por exemplo, no dia a dia do aluno , é comum o professor observar na sala de aula inúmeras piadinhas que mexem com a auto-estima do indivíduo, que na maioria das vezes tem a ver com o processo da escravidão no Brasil, segundo Freitas Neto cabe ao educador a incumbência de instigar, de provocar esta “realidade histórica e cultural” para a sala de aula, tendo em vista ser bastante recorrente ouvir piadinhas depreciativas: “negro urubu”, “negro só tem de branco os dentes”, negro é ousado mesmo”, são coisas que aberrantes advindas do baú da escravidão, que aos poucos vão se dirimindo.
O texto abrange muitos aspectos que não se esgotam, indagações cujas respostas são indefinidas, como o próprio autor deixa claro que se trata de uma problemática, que para todos os efeitos não há solução aparente, neste sentido A Transversalidade dentro do contexto da Renovação do Ensino de História é um processo em construção, mas sem dúvida este olhar transversal, ou seja, o objeto da transversalidade conjugará novas abordagens a respeito do ensino da História.


Referência:

Karnal, Leandro (Org). História na sala de aula, conceitos, práticas e propostas: São Paulo, Contexto, 2003.

Sobre o Estágio

Etevaldo Nunes Lopes

O estágio proporcionou-me experiência nova, porque na verdade, possibilitou o contato direto com a realidade social pelo qual vivem às mulheres do bairro da Concic, bem como conhecer o espaço em que elas organizaram, ou seja, imputadas e desprovidas de elementos fundamentais que são os direitos básicos e elementares da pessoa humana, como educação, saúde, moradia, infraestrutura, segurança, etc. tiveram a idéia se organizar em torno do bem comum, por isso o surgimento da associação de mulheres do bairro da Concic (AMBAC).
A experiência de ter podido compartilhar um pouco do nosso conhecimento enquanto equipe e ao mesmo tempo buscando aprender com a comunidade as suas experiências, seus relatos de vidas, suas histórias, suas conquistas, bem como os desafios que terão que enfrentar dentro desse espectro de sociedade denominada de contemporânea, onde a mulher conseguiu galgar espaços importantes, mas ao mesmo tempo percebe-se que ainda há barreias que precisam ser quebradas para que pensemos em uma sociedade mais justa e equânime.
Do ponto de vista do conhecimento, vivenciar algo novo, quanto mais quando este advém ou parte dos anseios coletivos, diria que amadurece o espírito e humaniza o indivíduo, também nesse sentido floresce o desejo de crescer harmoniosamente sem precisar obliterar o espaço do outro, isso também se reveste ao pensamento e construção da alteridade, aliás, discurso que soa como moda no espaço acadêmico, que teoricamente falando seria o pensamento perfeito, se não houvesse na prática o contrário.
Assim o que me chamou a atenção, diria que não fora só a mim, mas também aos meus pares, foi a própria construção do painel integrado, em que cada grupo de forma dinâmica destacaria três desejos mágicos, e colaria no cartaz, pudemos observar que as mulheres desta associação lutam ainda por direitos básicos, como calçamentos, segurança, moradia, e prioritariamente a educação, que fora digamos assim, a mola propulsora para o surgimento da associação, que nasceu da necessidade de se construir uma creche no bairro.
Quando se participa destes espaços até então esquecidos se percebe que a sociedade organizada tem um poder de pressão sobre o poder público muito mais eficaz do que ficar a mercê tão somente do governante de plantão, é a que velho ditado, se ficar esperando pelos os políticos as coisas simplesmente não acontecerão.
Este estágio fora o mais exaustivo, esgotemos muitas energias, enfrentamos muitas dificuldades, para mim foi uma experiência ímpar, onde a construção de qualquer caminho, nesse entendimento se refere à profissão, que é sobretudo um preparo para o amadurecimento, pois acaba vivenciando situações muitos sensíveis, entre elas a carência estampada no rosto das crianças e das mães que trouxeram seus filhos também para que naquele momento pudéssemos saciá -los no lanche matinal, infelizmente esta é a realidade da nossa cidade, do nosso país.
Em muitos momentos é preciso ser forte se quiser ensejar algo de importante na vida, cada um sabe e conhece o seu próprio limite, é preciso sensatez e humildade se quiser desistir sem tornar-se exânime, lânguido, e sem fraquejar os outros, isto é virtude é experiência. Portanto, veja se este poema tem a ver com sua experiência, no desejo certo de seguir em frente.
De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido
Antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura, um encontro. (Fernando Pessoa).
Esta busca, este encontro me proporcionou mais uma centelha de experiência na vida.

Minha experiência de estágio

O tema do trabalho que eu e o meu grupo de estágio realizamos foi denominado de Memórias de uma vida, foi pensado como uma forma de valorizar e resgatar a “memória” de pessoas mais velhas ou terceira idade, inicialmente pensamos no lar dos velhos, mas não foi possível, tivemos que pensar em uma outra possibilidade sem perder a proposta inicial, então surgiu a idéia de trabalhar-mos com alguns moradores da Praça do Rosário, colocamos nosso projeto em prática iniciando com entrevistas filmadas, material necessária para a produção do documentário que desde a proposta inicial estava presente como resultado final. Entrevistamos quatro pessoas, três senhoras e um senhor, confesso que pensei que seria fácil por se tratar de um estágio em ambientes não formais, mas eu estava enganado e gostei da surpresa, pois o tempo foi pouco, na medida em que as entrevistas aconteciam era como se fossem nos contados roteiros de novelas, mas sem a previsibilidade de seus finais, historias que nos comoveram, que nos informaram e que nos fizeram rir. A edição do vídeo foi outro momento muito especial, pode perceber detalhes e expressões que eu não tinha notado no momento da captura das imagens, pretendo a partir desta experiência trabalhar em um mega documentário nos próximos seis meses interruptos.


Marcos Silva

História e Cidadania

No texto, História e Cidadania: por que ensinar história hoje?, de Marcelo Souza Magalhães, o autor vem demonstrando como a disciplina História vem sendo ministrada no Brasil ao longo dos anos. Para tanto, o autor faz uma abordagem histórica, destacando as principais disputas ocorridas em torno do que ensinar, desde a metade do século XIX, com a criação do Colégio Pedro II em 1837 a contemporaneidade.
As pesquisas e os estudos em torno do Ensino de História no nosso país têm revelado que a idéia sobre o que ensinar está inextricavelmente associado ao projeto de cidadão que pretendemos formar. Nesse sentido, cada tempo, cada época, cria, ou seja, forja um modelo de cidadão. Se nos reportarmos a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, perceberemos que o objetivo deste, era criar uma identidade nacional homogênea. A intenção era entender o Brasil a partir dos fatos e feitos dos grandes heróis. Desse modo, era dever da disciplina História propagar esses pensamentos, compreendendo que a construção da nação, o futuro do país, dependia das memórias que seriam lembradas.
A supervalorização desses personagens ilustres desmoronou-se a partir das décadas de 1920 e 1930 através da Escola dos Annales. A Nova História colocou em xeque esse reconhecimento exacerbado dos fatos e feitos desses homens, e passou a ter novas abordagens, objetos e problemas. Nessa perspectiva, esse novo olhar atingiu as práticas de ensino dos professores em História, haja vista que, questionava-se a valorização dos acontecimentos e do político. Segundo Magalhães, esse fator promoveu uma avaliação pedagógica no método de ensino, já que, a memorização excessiva, por exemplo, contribuía com um ensino positivista.
Nos anos subseqüentes, veio os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que também traz em seu discurso a importância do significado do ser cidadão e da cidadania nas aulas de história. Para os PCNs, a questão da cidadania parte do pressuposto que a função da História é formar cidadãos críticos, para que possam atuar na sociedade. Nesse contexto, este age como o mecanismo de contribuir com o papel do educador. E de fato o é, pois este promove discussões e novas perspectivas na postura do professor, implicando nas suas ações na sala de aula.
Portanto, nesse texto, creio que a intenção do autor é desvelar a importância do ensino da história. Entendendo que a palavra cidadania precisa ser compreendida em seu contexto, digo, em seu tempo. Para saber, a maneira como atuar na sala de aula. Afinal de contas, ao longo da história, percebemos as formas e os contornos que ela teve. Sendo assim, saber ensinar História hoje é perceber como as abordagens sempre estão se reinventando.
Alana Nery Moreira

Procedimentos Metodologicos no Ensino de Historia

As críticas sobre os métodos de ensino levaram os educadores, no fim dos anos 60 do século XX, a dar maior enfase a esse aspecto, e a renovação do ensino recaiu assim nas questões metodológicas.
Quando se refere ao método tradicional, alunos e professores referem-se logo ao uso do livro didático ou aulas expositivas.Está associado a esse método o uso da lousa e giz.
O professor apenas transmite os conhecimentos, o aluno recebe uma carga de informações, que por sua vez pessam a ser repetidas mecanicamente oral ou por escrito.O professor passava uma atividade para ser respondida, e com, base nessa atividade era feita as avaliações para serem respondidas.
A história apenas enfatizava os grandes feitos dos grandes homens, exigindo apenas do aluno saber de cor "decoreba", nomes e datas de personagens ilustres. Nos anos 80, houve intensos debates sobre a renovação do ensino de história. O autor Jaime Cordeiro fundamentou-se em relatos de professores que difundiram a ideia de uma crise na disciplina, e construiu um slogan contra o ensino tradicional.
Os autores Marc Bloch e Lucien Febvre ao lançar a revista Annales, denunciava a produção de uma história muito centrada no acontecimento e no político, tendo como atenção os grandes homens (chefes, reis, presidentes).Tal história resultava no ensino etnocentrico.
No Brasil as décadas de 1920 e 1930 foram marcadas pela Escola Nova.Questionava-se a ênfase dado ao passado, como tambem criticava a metodologia aplicada, que era a memorização excessiva através de atividades respondidas no livro ou caderno.Foram adotadas medidas para inovar o ensino, em geral, o de história com a criação de cursos universitarios voltados para a formação do professor secundário.


Bibliografia:
Bitencourt, Circe Maria Fernandes
Ensino de história:fundamentos e métodos/Circe Maria
Fernandes Bitencourt-São Paulo:Cortez, 2004.
*Geovana Sousa Lopes*

Conteúdos históricos: como selecionar?

*Circe Maria Fernandes Bittencout *

A autora inicia o texto pontuando que no tempo atual o professor vem enfrentando uma grande dificuldade ao selecionar os conteúdos históricos e adequá-lo as diferentes realidades escolares. Ela ressalta que para profissional da educação obtenha sua autonomia dentre vários aspectos, ele precise optar em manter os conteúdos tradicionais ou trabalhar com os conteúdos significativos, ou seja, selecionar um tema e trabalhá-lo nos diferentes espaços sociais e culturais que o aluno está inserido.
A autora também aborda aspectos da história, e como o professor pode estar lidando em sala de aula com estas passagens históricas. Bittencout destaca no texto que as propostas curriculares são apresentadas de forma não idênticas, porém com algumas semelhanças aos fundamentos pedagógicos. Outras propostas estão ligadas há um conteúdo visto como tradicional, porém já existam propostas curriculares que estão organizados por eixos temáticos.
Outra reflexão que a autora busca em seu texto tem haver com a complexidade de selecionar os conteúdos, no entanto ela explica que mesmo com as novas tendências curriculares e a ânsia de mudança que os professores tenham, ainda estão presos aos conteúdos que estão atrelados no geral, porém ela afirma que,

A seleção de conteúdos escolares é um problema relevante que merece reflexão, pois constitui a base do domínio do saber disciplinar dos professores. (Bittencout, p. 138).

Os embates em torno dos conteúdos significativos ocorrem primeiro pela impossibilidade de ensinar toda história da humanidade, a precariedade do ensino nas redes públicas e a falta de material didático que atenda esta demanda, mas existe uma discussão positiva acerca desta temática, pois as mudanças no currículo do ensino de história vêm atender as novas gerações, contudo para que o professor esteja preparado para trabalhar as temáticas é preciso domínio nas produções historiográficas.
Bittencout afirma que a discussão sobre a produção historiográfica tem aumentado significamente e renovando os temas. Tendo novas interpretações com os antigos e também introduzindo novos objetos de estudo como da mulher, das crianças, religiões e religiosidade e da relação entre o homem e a natureza etc. a autora chama atenção sobre a produção historiográfica sendo importante para o ensino de história, mas mesmo assim é preciso certo cuidado, principalmente na formação continua do professor, mantendo-o sempre atualizado. Assim o texto implica em discutir as novas tendências da produção historiográfica atrelada as relações de aprendizado no âmbito escolar.
As concepções sobre o objeto de estudo para o ensino de história vêm embarcando discussão em torno de uma prática de ensino que envolve uma gama de temáticas históricas. A história como narrativa é fundamental, pois como afirma Bittencout a história pode ser gerada pelos fatos narrados do passado. Onde o historiador pode reunir documentos ou fatos importantes, ordena-lo cronologicamente e narrá-los.
Na afirmação da autora a historiografia passa por mudanças significativas no decorrer do século XX, passando a disputar espaços com as ciências sociais, principalmente com a sociologia, antropologia e a economia, esta disputa veio para quebrar paradigmas na concepção histórica da época. Para o historiador Ciro Flamarion ao analisar este processo da história, aborda entre anos de 1950 e 1968 duas filiações fundamentais que foi a escola do Annales, introduzida por Marc Bloch e Lucien Febvre e o marxismo, tendências que contribuem até os dias atuais para identificar e explorar a história do capitalismo e fatos como a micro-história até chegar à macro-história.
As duas correntes a marxista e a nova história, para Bittencout veio para aproximar os historiadores dos sujeitos sociais como objetos de investigação da antropologia. Essas tendências servem como base para obrigar o historiador a se reisignificar enquanto pesquisador /investigador, visando outros métodos de estudo como os povos que há séculos foram esquecidos e anulados da história da civilização, povos este que eram considerados sem memória, pois não existia nenhuma escrita desta população africana ou indígena, os mesmos foram incorporados à historiografia através dos relatos orais, lendas, mitos, objetos utilizados por eles, etc. Esta aproximação historiografia x antropologia deu origem a história cultural.
Com a nova história cultural, formou-se uma outra corrente, que permite reconstruir a história política, junção que permite analisar através da história atual, temas políticos, que é a história das culturas políticas, dos regimes e sistemas de governo com as representações de poder introduzido pelo filosofo francês Michel Foucault, onde ele se interessa pelas diversas esferas de poder.
As variadas formas de interpretar a historiografia, partindo da esfera da micro-história, permitem que o ensino de história articule e re-labore, mesmo não sendo uma tarefa fácil o currículo no sentido que parta de uma relação entre micro com a macro-história. Neste sentido a seleção de conteúdos podem se caracterizar com a história do tempo presente, passagem denominada recente ou contemporânea conhecida também como história imediata. Historiadores que pesquisa o presente como parte da história, utiliza como metodologia temas atuais ou debates acerca de um passado muito próximo.
A história imediata e um conceito utilizado para identificar novas formas de pesquisar o passado com temas atuais, ajudando o profissional de história a orientar o seu aluno a identificar conceitos ou fatos ocorridos na história. Fatos do tempo presente corroboram com o ensino de história, no entanto as práticas pedagógicas por professores vêm denunciando uma outra linha que não é interessante para o educando, como frases decorativas: A história é a ciência que estuda o passado dos homens para entender o presente e criar projetos para o futuro, estas frases como afirma Circe Bittencout, tem pouco significado e é repetida pelos alunos na maioria das vezes, em provas e entrevistas, a partir de uma concepção trazida por professores que reproduz em sala de aula afim que o aluno entenda o conceito: pra que se estuda história?
Circe Bittencout além de abordar os métodos para se trabalhar dentro do conteúdo de história, destaca problemas que os professores enfrentam ao utilizar temáticas nos planos pedagógicos, onde existe a dúvida em privilegiar uma história nacional, geral ou mundial ou das “civilizações”, no entanto há sim privilégios, e a história brasileira na atualidade, vem sendo colocada em posição secundária, segundo as verificações feitas nas produções didáticas, em torno das discussões do mundo globalizado.
Outra linha de estudo que vem sido introduzido como um constante desafio para o ponto de vista teórico, fazendo parte da produção historiográfica de vários países, principalmente no Brasil. Resume-se na história regional, inserida nos meados de 70 como uma corrente que tomou proporção a partir da avaliação de processos migratórios e socioeconômicos.
A história regional é uma corrente que propõe um estudo aprofundado que parte de uma dimensão singular e vai de encontro com os conhecimentos sobre a história nacional, além disso, ela serve para a formação da identidade do individuo, ou seja, é utilizada nos programas escolares como norteador do sentimento de pertencimento da cidade de origem do aluno. A autora também afirma que a história regional serve como estratégia política educacional para facilitar intercâmbios e ampliar formas de integração mais sólidas entre países. O MERCOSUL é um exemplo destes acordos, aonde vem procurando implantar projetos educacionais a fim de proporcionar ao estudante a aprender variados idiomas dos países participantes, estratégias que é de suma importância para as matérias de geografia e história, proporcionando ao aluno comparações a nível regional.
No âmbito escolar como pontua Bittencout, outra linha de estudo que tem cada vez mais alvo de discussão e tendo como indicação como um recurso de suma importância para o ensino de história, e a história local, pois possibilita a compreensão do entorno do aluno. Ela ressalta que a história local é ligada ao estudo do cotidiano. Permitindo que indivíduos comuns participem da história relacionando-o com a pluralidade da esfera social.
Um fator determinante para a história local atrela-se ao conceito de memória, possibilitando ao aluno abarcar dentro do seu contexto sociocultural, a conhecer antigos prefeitos, personagens que marcaram determinada cidade, a memória de uma família, festa etc. Bittencout, conclui que a memória não pode ser confundida com a história, pois a memória precisa-se ser evocadas, recuperadas e confrontadas, ou seja, ela é utilizada como uma ferramenta da história.
As correntes apresentadas pela autora Bittencout tem como finalidade trazer para o profissional de história como e pra que se estuda história, através das discussões e embates que a nova história proporciona até os dias atuais acerca da esfera historiográfica, trazendo a tona aspectos que envolvem o sujeito social no processo cultural, econômico, político e social sob influência antropológica, sociológica e histórica.

Experiência do Estágio no espaço não-formal


O tema em que a equipe se propôs a fazer foi memória e cultura, porém ouve um problema, ao escolher o tema no primeiro momento sentamos e fomos discutir qual tema ser trabalhado, então sugerirmos três idéias, a primeira foi inserir um projeto com o eixo memória e cultura do bairro do barro vermelho, a segunda o meio ambiente, a ultima das cogitações foi o alcoólicos anônimos.
Outro ponto que a equipe enfrentou foi à resistência dos moradores e os horários que não batia com a do estágio. Aí veio a idéia de fazer um documentário exibindo as entrevistas, e o reisado, aspecto cultural especifica do bairro que não mais existia.
O primeiro contato que a equipe teve para decidimos qual a festa a ser trabalhada foi com os moradores e alunos da comunidade senhora do Guadalupe, onde ele/as expões sobre os festejos que ocorriam no bairro, principalmente da festa que mais marcaram e ficaram na memória dos mais antigos da comunidade do Bairro do Barro vermelho. Ressaltando que a festa marcante foi o “terno de reis”
Começamos a freqüentar a comunidade, com o intuito de investigar e entrevistar, como era feita a festa. Quando começamos a entrar em contato com as pessoas começamos a perceber a importância que aquele festejo tinha para eles e a insatisfação com que ele/as falavam da nova geração que não dá mais valor ao símbolo cultural que o festejo traz.
O estagio nos espaços não formais também trouxe um aspecto fundamental para nós que foi permitir que colocássemos em prática tudo aquilo que foi aprendido e decorado: O professor de história e demais áreas acima de tudo tem que ser um pesquisador e investigador, e acima de tudo nos percebemos enquanto sujeitos da história, até então ainda não tinha percebido ao longo do curso. Outra contribuição que esta etapa nos concedeu foi conhecer uma Itaberaba, que até então não tinha história e deu lugar a uma cidade com múltiplas histórias tanto no âmbito político quanto no sociocultural. Sendo possível trabalhar em sala de aula costumes, valores e cultura através da história local para uma visão geral da historiografia.
O sentimento que fica é que valeu todos os momentos, mesmo com alguns problemas e também de missão cumprida, pois obtemos naqueles instantes o reconhecimento do nosso trabalho.

A transversalidade e a renovação no ensino de História

Diana Silva de Freitas

A educação escolar vive atualmente um processo de dinamização nas suas práticas metodológicas e pedagógicas. Essa dinâmica é fruto dos confrontos travados entre educadores e educando. De um lado, os professores se preocupam em saber se as ações e conteúdos trabalhados em sala estão atendendo e sendo compreendido pelos alunos; do outro lado, os alunos considera que o universo escolar não atende aos interesses do seu cotidiano.
Diante dessas inquietações a educação vem passando por um processo de valorização de suas concepções e orientações para atender as expectativas dos alunos. A dificuldade maior enfrentada pelos professores é de como trabalhar os conteúdos num contexto em que a prática utilitarista predomina, pois em meio a essa os conteúdos são fragmentados e acaba por afastar o interesse dos alunos pelo conhecimento.
O texto transversalidade de José Neto pontua que esta surgiu como uma nova proposta de educação. A transversalidade visa trabalhar os conteúdos a partir de uma perspectiva que atenda as necessidades de identificar elementos comuns nas diferentes disciplinas. A partir da análise sobre a realidade brasileira foram definidos cinco temas transversais que devem ser contemplados nas instituições de ensino, são eles: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio ambiente. Estes temas devem ser trabalhados no ensina fundamental e médio visando uma aproximação do cotidiano do aluno com os conhecimentos apresentado pelo professor.
Para Neto (2003) a transversalidade pode ser trabalhada de várias maneiras, as mais comuns são: o trabalho interdisciplinar: esta modalidade é a mais praticada por professores, pois, a partir de um tema os professores apresentam elementos buscando a compreensão a partir de sua disciplina. Porém, o autor coloca que essa prática apresenta uma grande virtude, ela busca englobar todos para obter uma compreensão ampla sobre o tema determinado. Dessa forma, a interdisciplinaridade apresenta algumas dificuldades, uma dela é a fragmentação do tema pelas disciplinas, a outra é a artificialidade ou exagero de informações produzidas e trabalhadas com os alunos: espaço dentro da grade horária: esta prática busca um momento para discutir os temas transversais, em cada semana é reservado um tempo a parte para os alunos e professores discutirem sobre um dos temas transversais. A crítica que o autor faz a esta modalidade de ensino é que a proposta não corresponde às expectativas dos alunos, pois, há uma separação entre a escola e o mundo dos estudantes; as disciplinas como meios e a transversalidade como fim: esta perspectiva de ensino busca aproximar seus conteúdos e práticas escolar para promover a capacidade do aluno a ler e interpretar a realidade, assim, o aluno não vai aprender apenas o conteúdo, mas incorporar reflexões críticas e a aquisição de novos valores. A proposta da transversalidade visa mudar a prática escolar para atender a uma necessidade da sociedade e do aluno.
Boa parte dos alunos considera a História como uma disciplina que trabalha com coisas antigas e que não tem nada a ver com a sua realidade. A transversalidade dentro do ensino de história busca romper com essa visão tradicionalista e cronológica. José Neto aponta duas possibilidades de se trabalhar à transversalidade no ensino de história. A primeira abordagem pode ser feita através de eixo temático, a partir do conteúdo a ser trabalhado o professor pode criar temas relacionados tanto ao conteúdo quanto a realidade dos alunos e a partir desses temas buscarem referenciais que contemple não só a construção de conceitos, mas também a promoção da compreensão sobre o determinado tema estudado; a segunda abordagem pode ser construída por meio de temas ou períodos, a partir dos períodos históricos o professor pode desenvolver novas práticas de interatividade entre o período a ser trabalhado com as inquietações dos alunos, para tanto, o professor deve ter cuidado ao selecionar o conteúdo e o material para que não passe para os alunos a visão de que a História é um fim em si mesmo.
A transversalidade atende há uma necessidade de relacionar os conteúdos ao cotidiano dos alunos, para tanto, pode ser realizada de várias maneiras. No que cabe a História, a transversalidade busca a renovação dos conteúdos a partir de abordagens que promove uma valorização e compreensão dos alunos.

Referência:

História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas/ Leandro Karnal. (org.). – São Paulo: Contexto, 2003.

Diana Silva de Freitas

História e Cidadania

Por que ensinar história hoje?

O ensino de história é alvo de constantes mudanças para atender as necessidades políticas e ideológicas de cada período histórico.

De acordo com o texto de Marcelo Magalhães a história passou a ser ensinada na França entre os séculos XIX e XX, durante esse período o ensino de história ressaltava em seu discurso a superioridade da França pautada no espírito nacionalista francês, a partir de então, a História ganhou características essencialmente ocidentais. No Brasil, a disciplina história passou a ser obrigatória na metade do século XIX; período do Estado nacional, neste período a história estava caracterizada pela cronologia política, estudo de biografias de brasileiros ilustre e o estudo de momentos marcantes para a afirmação da nacionalidade. Através da disciplina pretendia-se construir a memória da nação como sendo indivisível e fornecer referências para pensar o passado, presente e futuro do país.

A partir do texto foi possível perceber que em determinados períodos históricos o ensino de história enquanto disciplina atendia aos discursos ideológicos da época. Foi com a Escola Nova que a história ganhou uma nova dinâmica nas suas linhas de pesquisa e ensino. O tradicionalismo deu lugar à renovação dos estudos, a partir desse ponto, surgiram às dúvidas sobre o que ensinar para os alunos.

A reforma curricular do ensino de história no Brasil na década de 1990 foi fruto de intensas polêmicas na imprensa e na academia que atacaram as propostas curriculares. As propostas curriculares de história têm o objetivo de formar cidadãos, pois se tornou constante a preocupação com a construção da cidadania e ligada a esta discussão de temas transversais que propõe um dialogo de temas que estão ligados ao nosso cotidiano e que é interessante para todos.

Desde a criação da disciplina de história lá no século XVIII e XIX, esta tem sido alvo de manipulação na sua forma de como ensinar, pois é através dela que são divulgados os acontecimentos históricos, independentemente da sua importância. A história passou a ser como uma porta aberta para a construção de uma ideologia que atendesse aos interesses dos governantes. A disciplina de história é uma poderosa arma de formação identitária e ideológica do cidadão talvez sejam por isso que ela é alvo de constantes mudanças e polêmicas.

Referências:

Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologias/ Martha Abreu e Rachel Soihet (orgs.). – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.

Experiência do Estágio

A concretização deste estágio foi gratificante, não porque acabou, mas por tudo que aprendi com as pessoas da comunidade que se dispusera a nos receber em suas casas e compartilhar com a equipe as suas lembranças da festa de Reis.

Ao final da caminhada deste estágio reconheço que a equipe foi “ousada” em trabalhar com a temática memória e cultura produzindo um documentário da festa de Reis, mas graças a essa “ousadia” nos deparamos com um universo cultural muito rico que até em tão estava escondido para mim.

Apesar do início do estágio ter sido conturbado por motivos administrativos da comunidade, a equipe não perdeu o foco da sua proposta de ensino e pesquisa. Foi muito surpreendente, pois nos deparamos com pessoas interessadas em nos contar o que sabiam sobre o Reis, e durante esse período de investigação foi possível perceber que a cultura de Reis está se perdendo no tempo, os jovens não mais se interessam em aprender com os mais velhos e estes se sentem menosprezados e acabam esquecendo elementos dessa cultura.

O esquecimento ou até mesmo a desvalorização de alguns aspectos da cultura local do bairro Barro Vermelho foi o que motivou a equipe a está trabalhando com memória e cultura: a memória dos moradores mais velhos do bairro e a festa que não mais se realiza no mesmo, a festa de Reis.

Estando em contato com essa memória e cultura local ficou muito mais claro para mim a compreensão da história local como ferramenta de valorização das festas de bairros. Como esses festejos podem ser trabalhados na sala a partir dos temas transversais, a pluralidade cultural, a partir deste tema é possível estudar a música, a história da festa, a confecção das roupas, etc. Há várias possibilidades. A partir da festa é possível estudar a história sem perder de vista a realidade do cotidiano dos alunos.

Portanto, a realização deste estágio foi uma aula concreta de história e cultura, pois mantive um contato direto com ambas. Agradeço a todos que participaram e colaboraram direta ou indiretamente deste trabalho. Foi muito prazeroso.

Diana silva de Freitas.

HISTÓRIA E CIDADANIA


Por que ensinar história hoje?


João S. Costa*


O conhecimento formal sempre foi uma arma nas mãos de “grupos dominantes” e de governos. Quanto ao uso do ensino de história sob estas condições o fato se dá o mesmo. Segundo Magalhães (2003 apud ABREU, SOIHET, p.168-169, 2003) a matéria história na França entre os séculos XVIII e inicio do XIX era um instrumento que desempenhava uma função cívica, contribuindo para fundar a unidade da nação; servia para pensar também a questão da expansão colonial e o papel civilizador. Portanto estava a serviço do Estado.
No Brasil, o papel não será diferente. Com a afirmação do Estado Nacional a história também será, através do Colégio D. Pedro II, no Rio de Janeiro, em 1837 , veículo para venerar os poderes temporais e espirituais, sendo – a dividida em história sagrada, com cronologia própria, e a outra laica definida pelo Estado, norteada pela história da Europa Ocidental, sobretudo da França.
A partir da Segunda-Guerra Mundial, com Bloch e Lucien Febvre, no campo da história acadêmica, a revista Annales d’Histoire Économique et Sociale, fundada em 1929, denunciará um história muito centrada no acontecimento político, tendo como alvo da atenção os grandes homens e fatos que exaltavam os heroísmos das nações (MAGALHÃES apud ABREU, SOIHET, p.169, 2003), o que implicava em excluir deste espaço de debate grupos minoritários e as ações de homens de pouca “importância histórica” até então.
No Brasil, entre 1920 a 1930, a Escola Nova iria entrar em conflito com a história que supervalorizava a história política e o excesso de memorização. Fato comum ainda nas escolas atuais.
Com os cursos universitários voltados para a formação do professor secundário, e com a chegada de diversos cientistas estrangeiros, como Fernando Braudel, haverá uma nova discussão em relação ao ensino de história.
Assim é que em 1960 há uma preocupação em ensinar também os métodos da história, o que a partir da ditadura militar em 1964 será interrompido. Retomado somente mais tarde a partir da década de 1980 com uma maior flexibilidade do próprio governo golpista, com a pressão interna dos diversos grupos sociais e retorno da intelectualidade brasileira que estava exilada.
Neste período novas questões passam a ser discutidas, com os olhares diversos da sociedade, entre elas: Como ensinar história atual num mundo globalizado, de rápidas transformações e forte democratização, e em especial o Brasil, que se recompunha após anos de ditadura?
Em 1983, o país, destacando São Paulo e Minas Gerais, inicia o processo de reforma curricular. Estas reformas serão influenciadas por fortes debates do que abordar e de como abordar o ensino de história nas escolas. O governo de São Paulo procurou mobilizar os professores da rede e elementos de outros setores para tratar da reformulação, dando assim um caráter democrático às ações. A reformulação teve três momentos: 1983 a 1986 períodos de debates em encontros; 1986 iniciam o processo de redação da proposta curricular de história do 1° e 2º grau; 1987 uma terceira versão entra em discussão, mas em seguida uma onda de protesto registrados em jornais como O Estado de S. Paulo, revistas, a CENP e outros meios de comunicação e setores passaram a atacar pesadamente a reformulação. Segundo Magalhães (para o Editorial de O Estado de S. Paulo) se criava uma “Escola da Revolução”, pois a proposta curricular se moldava tipicamente em conceitos marxista-leninistas, longe de atender as demandas do aprendizado elementar evitando assim o fantasma do analfabetismo e o cultivo à ignorância. A voz de um passado sombrio (leia-se ditadura militar) ecoava ainda na década de 1980.
O debate só volta à cena em 1990, quando ainda há uma preocupação do cidadão a que se propõe formar. Conforme Magalhães, a partir de análise da historiadora Circe Bittencourt, neste período para evitar que sejam entendidas como pacotes impostos aos sistemas de ensino pelas secretarias municipais e estaduais de educação, quase sempre as propostas traziam em seus textos de apresentação a descrição do percurso de discussão com docentes, alvos principais de qualquer mudança curricular (MAGALHÃES apud ABREU, SOIHET, p.174, 2003).
Enfocarão durante este período, além de formar cidadãos críticos, era o que se pressupunha nas propostas, a contribuição para a construção de identidade; lembremos que esta prática era fato dos séculos XIX, mas agora, voltada para uma noção de globalidade, da relação nacional x global.
Em 1990 serão formulados os PCNs, onde para o autor será um campo fértil para analisar o significado de cidadania. Propõe-se a fazer um recorte para esta análise. Destaca que os PCNs partem do pressuposto de que o ensino de história favorece a formação do estudante como cidadão, no sentido de se ter uma atitude crítica diante da realidade (MAGALHÃES apud ABREU, SOIHET, p.176, 2003). Neste caso o cidadão para se ter uma noção de cidadania é preciso refletir sobre sua dimensão histórica. O que o autor expõe que a questão de cidadania é caracterizada como problema-chave do final do século XX. Pois se antes havia uma idéia de que a cidadania se limitava ao direito de participação política de Estado, hoje, cidadania deve, portanto representar o direito de inclusão de novos direitos (direitos civis, políticos, sociais e culturais) frente à nova demanda mundial e novas transformações.
No Brasil, por exemplo, sabe-se que diante da carga histórica recebida de um período de dominação e hoje redefinida, o estudo da história, conforme os PCNs, vem para analisar a situação da cidadania na história, mas que nos dias atuais as marcas se encontram em novas (ou velhas) relações de poder, sociais e de hierarquização e privilégios. O que está em jogo são meios e formas, porque não dizer reflexões, estudos e ações que devem ser adotadas para vencer o alto nível de desigualdade, de injustiça e exclusão.
Segundo o autor, os PCNS propõem a análise da cidadania a partir de um conjunto de princípios democráticos, a saber: a dignidade da pessoa humana, a igualdade de direitos, a participação (noção de cidadania ativa) e a co-responsabilidade pela vida social – que é partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais (...) a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva (MAGALHÃES, apud ABREU, SOIHET, p.177,2003).
O autor ainda ressalta que os PCNs , apesar de contribuir para a reformulação do ensino da história e de seus méritos, estão à deriva de duas perspectivas: o parâmetro se esguia por favorecer o debate em torno da expansão e da universalização dos direitos, e por outro favorece o direito à diferença. O que conclui o autor analisando que os dois fatos não geram contradição, pois há possibilidade duas perspectivas se complementarem e não precisamente se oporem.
Para mim fica a lição de que a história de fato tem um papel fundamental na sociedade, que à escusa de um ou outro grupo pode favorecer certos interesses e ideologias. Como nossa sociedade está pautada na diversidade de grupos, de situações sociais e econômicas, e propriamente dominada por grupos capitalistas sob novas roupagens e abordagens, cabe aos grupos sociais ditos subalternos se apropriarem do ensino da história no sentido de dar voz e vez a sua própria história; é o que já temos visto há muito tempo, mas que não deve ser perdido de vista. Cabe ao professor saber lidar com estas questões, sabendo relacionar: não ignorando o saber elitista de vez, ou tampouco ignorar a história e histórias de grupos “subalternos”. Ainda é um desafio, que, para mim, as novas reformulações na área da história ainda não deram conta de abarcar.

Referência:

MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e Cidadania: por que ensinar história hoje? In: ABREU, Martha e RACHEL, Soithet (orgs). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, p.169-183, 2003.
Imagem: fonte:WEB

*João S. Costa é graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB.
“Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei...”
Almir Sater e Renato Teixeira


AS LÁGRIMAS E OS RISOS...

A vida é mesmo engraçada... As pessoas entram e saem das nossas vidas estigmatizando profundamente. Sinceramente, até hoje não compreendo o porquê estou ao lado de alguém, e no meu singelo dormir a meia noite, percebo que não vejo as faces que costuma olhar hodiernamente, e que me trazia tanta alegria. Dizem que é a ordem da vida... Dizem, que é a viagem que somos obrigados a passar. Simplesmente, dizem... Mas, nunca compreendi! Acredito que “retirar” as pessoas que atravessam nossos caminhos, mesmo que por pouco tempo, seja uma injustiça. Deveríamos criar uma fórmula para dar aqueles que conquistaram nossos corações, para que permanecessem em nossas vidas, eternamente. Afinal de contas, é tão bom saber que no final do dia teremos aqueles olhos para contemplar.
Mas a vida sempre nos leva para caminhos opostos... E me levou para longe dos meus idosos do Projeto Conviver. Mas, eu gostaria que eles soubessem que adorei passar as tardes ouvindo aquelas histórias impressas em suas faces. Adorei “gastar” todo meu tempo escutando e trocando experiências de vida. As lágrimas e os risos me ensinaram que a sabedoria não está somente em uma sala de aula, no conhecimento científico. Mas está também nas memórias daqueles que sabiamente souberam resistir à queda, as dificuldades, aos problemas, enfim... As rugas são sinais de respeito! É o sinal que o tempo passou e registrou nas mãos e nas faces uma das mais lindas expressões: histórias.
Histórias essas contadas através de gestos, olhares, lágrimas, sorrisos, palavras, etc. Ouvir a cada um destes idosos me ensinou que a vida é uma bela magia. É o descobrir que cada manhã brilha, por mais escuro, sombrio, que pareça. É a possibilidade de saber valsar mesmo quando parece impossível. É acreditar que os sonhos não morrem e tampouco se perdem com o tempo... Simplesmente, é saber que depois dos destroços, das ruínas, há sempre um recomeçar. E o que eu preciso somente, é estampar no meu largo sorriso, a certeza que não sou uma folha de papel em branco. Permitindo ser feliz sempre...
Portanto, a todos os membros do Projeto Conviver, o meu muito obrigada. Pois nas minhas lembranças, na minha história, jamais esquecerei vocês.

Alana Nery Moreira

História e Cidadania - Marcelo de Souza Magalhães

Rudival Pereira Santos

Após ter lido o texto: História e Cidadania - por que ensinar história hoje? Pude perceber as bases em que estavam centrado o ensino de História, ou seja, a história e a geografia que era ensinada em conjunto na escola francesa, uma história que desempenhava uma função cívica que servira para pensar e ser aproveitada na questão da expansão colonial, da irradiação civilizadora da França no mundo.
No Brasil, no século XIX , para se afiram o Estado Nacional o ensino de história segui o mesmo caminho francês. Uma história caracterizada pela cronologia política e pelos estudos das biografias dos "hérois" e com a criação do IHGB, objetiva-se para origens e identidade nacional.
No século XX com as mudanças na Europa guerras, descolonização e no campo da história acadêmica com os Annales, historiadores como Marc Bloch e Lucien Febvre, denunciou-se um ensino etnocêntrico. No Brasil entre 1920 a 1930, periodo da Escola Nova, questionou-se o estudo do passado, porém, a escola deveria se ocupar com as sociedades contemporâneas, revendo o conteúdo, a crítica política, o nacionalismo, o militarismo e a memorização excessiva. No entanto as inovações começaram pelas universidades e a atuação de cientistas estrangeiros em São Paulo Fernand Braudel. Contúdo, apesar da interrupção no Brasil pela ditadura militar que dificultou um maior alargamento do ensino de história. A Academia trouxe para o ensino de história dois grandes desafios: Por que ensinar história hoje? Qual a sua importância?.
Para responder estas questões surgiram os debates na França em trono da polemica do filme de Wadja, que levaram educdores e o presidente a perceber que há uma disputa acerca do que ensinar em história quando se leva a mesma a se relacionar com a formação do cidadão e à construção da Identidade; o mesmo ocorreu no Braisl, sobretudo nos Estados de São Paulo e Minas, onde os setores jornalisticos reagiram contra a reforma do curriculo de história. Porém, na década de 1990 é retomada a preocupação com a foramção do cidadão nas propostas curriculares de história, aos quais seguiram os seguites rumos:
- continuou a ter disiciplina de Estudos Sociais entre a 1ª e 4ª séries do ensino fundamental;
- separação ente história e geograifa de 5ª a 8ª séries
- nas 5ªs Séries, usa-se as terminologias marxista; continuação eixos e ciclos economicaos na História do Brasil nas propostas curriculares;
- Os objetivos do ensino de história: formar cidadãoes críticos, objetivo de contribuir para identidade
Finalmente, os PCNs permite defender a permanecia da área dos currículos atuais a contribuição para: difundir e consolidar identidades no tempo; formar individuos para que "desenvolva a compreensão de si mesmos, dos outros, da inserção em uma sociedade histórica e da responsabilidade de todos atuarem na construção de sociedades mais igulitáriias e democráticas." Na questão da cidadania os PCNs partem do pressuposto de que o ensino de história favoreça a formação do estudante como cidadão. Então percebe que o autor ao falar dos PCNs, utiliza-se do comentário de Circe Bittencourt que faz uma nalise de como a questão da cidadania é referendada pelos PCNs. O autor aponta também que essas discussões sobre cidadania nos PCNs no final do século XX, diexa uma porta aberta para novas abordagens para om seculo XXI, com relação as minorias, movimentos sociais, ou seja, o direito à diferença, algo a ser debatido nas questões de multiculturalismo, onde a sociedade passa a ser entendida como uma rede instável de posições individuais, de grupos sociais heterogeneos.




Vivência do estágio supervisionado III - Hamilton Jesus da Silva

O estágio supervisionado é um das disciplinas da grade curricular do curso de historia que possibilita uma ação pedagógica diferenciada, por ser uma atuação em espaço não formal. Este estágio III foi realizado nesse espaço que parece ser impossível, mas ao longo do semestre deu para perceber que todo lugar da para realizar uma pratica educativa e lúdica. Desde que existam pessoas dispostas a cooperar com a atuação dos estagiários. Também foi possível sentir as possibilidades diversas de trabalhos diversificadas, com temáticas diferentes de acordo com a realidade desses espaços, ainda foi possível refletir sobre o nosso papel enquanto futuros historiadores e educadores, agente modificadores de uma geração.
Quanto à vivência e soma de conhecimentos foi inúmeros, pensar que a cultura de um lugar depende da memória para sobreviver e também da sua pratica diária, senão períodos próprios das festas de reis. O trabalho com o tema memória e cultura foi ótimo, possibilitou a comunidade a repensar nas suas festas e tentar trazer novamente essas festas a ser realizada e não ser esquecida. A possibilidade de os jovens levarem essas culturas para as futuras gerações são reais, pois eles participam alguns dos componentes do grupo de reis aprenderam com os pais.
Ao olhar nos olhos de alguns e vê a chama viva, com vontade de prosseguir lutando pela sobrevivência de uma cultura já querendo morrer e pela vontade de está proporcionando alegria em seus companheiros de jornada. tendo mais uma oportunidade de estarem juntos para sambar e cantar.

Projeto Memória de uma vida na praça - Estagio Supervisionado III

Rudival Pereira Santos.

Este projeto Memória de Uma vida na Praça para mim tem servido de uma experiência proveitosa, no que diz respeito as informações que adquirimos das pessoas da terceira idade, que conviveram quase toda a sua vida na praça do Rosário, berço da cidade de Itaberaba. Os depoimentos dessas pessoas me deixou deslumbrado de como elas guradam na memória fatos marcantes não só do estilo de vida em familia, amigos e ambientes sociais; bem como lembranças de como era a praça ontem e hoje.
Portanto, não foi fácil fazer um estágio em um espaço não foraml por ser muito trabalhoso e dispendioso, mas foi uma experiencia válida que poderia ser repeitda com outras turmas. Porque é um tipo de trabalho que nos tira do comodismo, é mais aberto a criatividade e ao mesmo tempo nos aproxima das pessoas no seu cotidiano.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

CONVIVER E A TERCEIRA IDADE...
Bianca S. L. Costa

 Com o projeto: A representação da memória através da música e da arte foi iniciado meu estágio relativo à Disciplina Estágio Supervisionado III em espaços não-formais, a instituição escolhida foi o Projeto Conviver um espaço voltado para pessoas que estão na terceira idade. Foi uma experiência muito marcante, pois a cada dia novas relações, aprendizagens aconteciam. Os diálogos, as histórias, os gestos, as experiências possibilitaram uma nova visão acerca do idoso. Mesmo possuindo um conhecimento significativo acerca das pessoas que se encontram na terceira idade e ter uma postura de respeito e valorização aos mesmos. Vivenciar aqueles momentos com aquelas pessoas constituiu em uma experiência singular devido às marcas deixadas na minha própria história de vida.
As histórias dos idosos que participam do Conviver são de pessoas que construíram a história do município de Itaberaba, mesmo nas suas casas, em seus trabalhos, em suas relações, etc... A cada dia através de ações, uma cidade era alicerçada, seja na edificação das construções, nas relações comerciais que aconteciam no mercado municipal, nas atuações políticas, na assistência a outras pessoas, nos festejos, ou seja, ocuparam uma função de Ser no mundo. E não ser reconhecido enquanto pessoas que produziram e são histórias é não compreender o real significado de estar no mundo. Nesse sentido, penso que todos os dias que passei com cada um daqueles idosos me possibilitaram rever tais sujeitos com outros olhos: a de pessoas que tem historicidade, que souberam produzir o inédito, que transcederam sua existência ao deixarem as marcas de suas vivências, de suas memórias em nossa sociedade.
A cada trabalho realizado pelo nosso grupo com os idosos, estes reviam suas vidas não mais com o pensamento de que foi algo que simplesmente passou, mas que permanece nas palavras que proferiram, nas pessoas que conviveram e nas ações que se perpetuaram. O passado dos mesmos, constitui em reflexos que fluiu no tempo, que se abriu para outras pessoas concedendo um novo horizonte repleto de possibilidades.
A minha experiência relativa ao estágio desafiou-me, cada vez mais, a assumir uma atitude reflexiva face às situações que se apresentam. Hoje, após a vivência com os idosos, penso que devemos a cada dia ver e perceber as pessoas a partir delas mesmas, e essa relação irá proporcionar experiências significativas que possibilitarão a dignificação e valorização do outro e o reconhecimento de seu valor enquanto sujeito de participação e construção da história.
Assim concluo que a experiência em espaços não-formais concede-nos uma visão mais ampla do real significado de ensinar, ou seja, quando saímos da sala de aula e ministramos em um outro ambiente diferente, sentimos o quanto necessitamos ressignificar nossos conceitos e valores para assim agirmos como mediadores nas situações e desafios que se apresentam no contexto do ensino-aprendizagem. Há um longo caminho a percorrer, mas creio cheio de esperança a partir das aprendizagens que ocorreram e sedimentaram novas posturas.
 

Comentário sobre um texto...
Bianca S. L. Costa

O texto que marcou a minha passagem pela Disciplina de Estágio Supervisionado III foi o de Circe Bittencourt: Procedimentos metodológicos em práticas interdisciplinares. Neste artigo a autora trata sobre a questão da Interdisciplinaridade e os procedimentos que devem ser adotados para a realização de uma práxis norteada pelos princípios interdisciplinares. A autora ressalta que uma prática interdisciplinar exige do educador um aprofundamento bem significativo do seu campo específico de conhecimento para assim, partir com segurança para um trabalho conjunto com outras áreas do conhecimento.
Nesse sentido, Bittencourt aborda no seu texto práticas insterdisciplinares para o ensino de história, falando sobre a interdisciplinaridade relativa à temática sobre o meio ambiente e a disciplina de História abordando sobre estudiosos no mundo e no Brasil que vem se de dedicando à relação dessas duas áreas de conhecimento. O que era inédito para mim, pois até o presente nunca havia atentado para a relação de ambas áreas e a importância de se estudar as mesmas.
Todo o texto apresenta propostas de trabalho que vem acontecendo em torno dessas áreas, o que vem possibilitando novas descobertas e pesquisas que venham a colaborar para futuras intervenções ambientais. Assim, esse trabalho suscitou novas problematizações acerca da minha prática enquanto educadora que contemple uma prática norteada pelos princípios interdisciplinares. 
 

Memória de vida na praça

CLÉSIA DIAMANTINO
COMENTÁRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR




Memória de vida na praça




Chegamos ao 7º semestre. O Estágio precisava acontecer, porém num espaço não formal.
A proposta foi excepcional, pois logo que o professor fez o comunicado, logo me animei e propus um trabalho com os idosos. Sempre tive esse interesse em desenvolver algo com os idosos.
Juntamos em sala e nos reunimos para propor o trabalho que seria desenvolvido com esse público. Planejamos, organizamos toda a proposta, mas no decorrer do tempo, tivemos que mudar a proposta, pois apareceu outro grupo com a mesma, inclusive no mesmo espaço onde havíamos escolhido.
Primeiro seríamos Marco e eu. Depois se juntaram a nós Ana Bela, e Rudival. O trabalho ficou ainda melhor. Propostas aumentaram ainda mais e as idéias ficando mais interessantes.
O trabalho em si foi muito gratificante porque teve como tema Memórias de uma vida. Mas ficou um pouco complexo, então acrescentamos, na praça. Ficou: Memórias de uma vida na praça. O objetivo era apresentar os relatos de vida aos mais jovens, para que houvesse mais respeito e atenção com os idosos, valorizassem mais seus parentes, avós, que os idosos se sentissem valorizados, importantes, ativos numa sociedade, onde alguns valores familiares estão sendo esquecidos.
Fomos até a casa de algumas pessoas da praça do Rosário perguntar se queriam ser entrevistadas, o que fomos recebidos muito bem.
Marcávamos e em outro momento íamos entrevistá-los. Como tudo em grupo há problemas, o meu não fugiu a regra. Encontramos alguns contratempos e desencontros. Mas nada que pudesse atrapalhar o trabalho.
A experiência foi excelente. As memórias que os idosos têm são impressionantes; sua história de vida, suas lembranças, toda uma vida de alegrias, tristezas, sonhos realizados e não realizados, perdas e ganhos de filhos e netos, muitas vezes a perda de filhos e maridos bem precoce. Enfim, tudo isso nos faz dar mais valor a esses sujeitos que tanto contribuíram e contribuem para a nossa formação, para a nossa educação nos dias atuais, e que muitas vezes não são valorizados como deveria.
Com essa experiência pudemos perceber a carência desses idosos, a necessidade de ter contato com pessoas, ensinar aquilo que aprenderam enquanto jovens, mostrar seu prêmios ganhos em competições, enfim, dialogar com alguém.
Após as entrevistas, as filmagens, horas na casa daquelas pessoas ouvindo suas histórias, vendo suas fotografias de pessoas que mais marcaram sua vida, relatos de momentos inesquecíveis que eles viveram, chega o momento de apresentar o resultado do trabalho. Fez-se convite aos próprios entrevistados, aos vizinhos, aos moradores do bairro para assistirem ao documentário.
Enfim, o resultado foi muito gratificante, pois a proposta, o objetivo inicial foi alcançado. Trabalhar com idosos realmente é fantástico.
Esse tipo de trabalho, essas experiências nos faz crescer muito. Primeiro porque desfaz a idéia de que Universidade é um espaço fechado no seu mundo acadêmico, e faz com que os alunos enxerguem o mundo e o conhecimento que há após as muralhas da academia.
Infelizmente, esse trabalho só aconteceu pela incompatibilidade do tempo e as aulas nas escolas. Mesmo assim, fica a proposta de desenvolver outros trabalhos fora da academia, fora desse espaço que muitos consideram o centro do conhecimento.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Historia e Cidadania

Historia e Cidadania
Porque ensinar historia hoje?
Marcelo de Souza Magalhães

O autor traz um pouco do panorama do ensino de historia, o qual como disciplina escolar tinha o objetivo de “construir a memória da nação com unidade indivisível e fornecer os marcos de referencia para se pensar o passado, o presente e o futuro”. O ensino de historia no Brasil passou por varias reformas: com implementação, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, que vem delimitar a identidade nacional e inserir o país numa perspectiva de progresso diferenciando-o das demais nações (latino-americanas); com a Escola Nova nas décadas de 1920 e 1930 que veio questionar a “ênfase no estudo do passado”; os conteúdos ensinados (a historia política e sua relação com o nacionalismo e o militarismo) e também a memorização excessiva; nas décadas de 1960 há uma abertura para o ensino interdisciplinar: a partir da década de 1980 no ensino de historia surgem novas propostas curriculares. Assim, Magalhães vem questionar: porque ensinar historia hoje? Qual a sua importância?

Disputas em torno do que ensinar

Há duas que ocorreram na França e no Brasil, a primeira se desenrola em torno do Filme Danton, do diretor polonês Andrzej Wajda, o qual atribui “a Danton o papel de herói no período do terror, cabendo a Robespierre desempenhar o papel do tirano, com traços acentuados de loucura”. A segunda discussão é sobre a reforma das propostas curriculares no Brasil na década de 1980, onde a imprensa ataca fortemente chegando a atribuir papel de “produtora de lavagem cerebral nos alunos”, tornando a disciplina de historia, a única sem uma proposta concluída. Assim Marcelo Magalhães quer mostrar o quanto à disciplina esta “relacionada à formação do cidadão e a construção de identidade”.

Propostas curriculares de historia: a questão da cidadania.

Uma análise, feita pela historiadora Circe Bittencourt, das propostas curriculares de 1990, que tem a preocupação com a formação do cidadão. São abordadas a forma de apresentação, suas formulações e definições de objetivos.
Enquanto na década de 1970, prevaleciam os princípios tecnicistas, “os textos curriculares de 1990 são portadores de apresentações que procuram fazer uma reflexão sobre a área de conhecimento; no caso de historia”. Em relação aos conteúdos, continua a existir a disciplina Estudos Sociais de 1ª a 4ª series, já a partir da 5ª a 8ª series, é ensinado as disciplinas de Historia e Geografia. Se tratando dos objetivos, procuram abarcar alem da formação de cidadãos críticos, a construção de identidade fazendo relação entre o nacional e o global.

O significado de cidadania nos PCNs

O autor defende a idéia de que os PCN s trazem a questão da identidade no ensino de historia para facilitar o trabalho de construção com os alunos de noções como semelhanças/diferença, permanência/mudança e, também, a percepção de que no âmbito do social existem processos múltiplos de pertencimento (de gênero, étnico, de classes, de grupos sociais, de Estado Nacional etc.).
Em relação ao conceito de cidadania é preciso refletir sobre sua dimensão histórica. A cidadania hoje deve incluir temas e problemas como: “o desemprego, a segregação étnica e religiosa, o reconhecimento da especificidade cultural indígena, os novos movimentos sociais, o desrespeito pela saúde, a preservação do patrimônio histórico cultural, a preservação do meio ambiente, a ausência de ética nos meios de comunicação de massa, o crescimento da violência e da criminalidade”.
Assim, Magalhães vem trazer que cidadania abarca duas perspectivas. Uma que procura ampliar os direitos civis, políticos, sociais e culturais. A outra esta relacionada ao reconhecimento de grupos até então subalternos (negros, mulheres, homossexuais), ou seja, deve haver um respeito a heterogeneidade de grupos sociais.

JOSÉ FERREIRA RIBEIRO