quinta-feira, 9 de abril de 2009

Relato sobre a experiência do estágio (A festa de Reis no B. do Barro Vermelho)

Por Edilaine Silva

Como é difícil estar em um espaço não-formal na condição de uma futura professora de História. Por certo tempo acreditei que seria mais fácil, visto que a instituição pública possui certas regras que “podam” a atuação do professor. Grande equívoco o meu. Percebi que estava equivocada quando depois de muitas idas e vindas na comunidade do B. do Barro Vermelho encontramos certas restrições e nosso projeto passou por uma “banca examinadora” pra ser aprovado ou não.
Naquele instante eu percebi como as organizações não estatais são igualmente preparadas com suas leis e regimentos. O que mais me deixou contente foi a coletividade daquelas pessoas. Aos poucos fomos nos reinventando, mudando a metodologia de trabalho para dar conta da maneira que a comunidade era estruturada e para não ferirmos a mesma em termos organizacionais.
Minha surpresa foi a recepção das pessoas à nossa presença no Bairro, fiquei muito lisonjeada com a confiança e o carinho. Aos poucos fomos conseguindo as entrevistas, que por sinal foram muito boas.
Outra coisa que pude observar foi a realidade do maior bairro da cidade e tentar compreender as pessoas, alunos não-formais e futuros alunos formais. Acredito que nosso trabalho fez mais do que valorizar a cultura do bairro, me fez entender a realidade do trabalho de campo, as dificuldades de se conquistar a confiança das pessoas e principalmente a me despir de pré-conceitos sobre os lugares da cidade.
Clio e Mnemosyne não brigam para ocupar o espaço da outra, elas andam juntas, companheiras de estrada, elas nos acompanharam perfeitamente neste trabalho. A companhia delas nos fez discutir conceitos sobre cultura e festa popular e a importância do reisado para essas pessoas. Escutar, ter paciência e persistência é tarefa árdua, mas nos deixa com a sensação de trabalho cumprido e ao mesmo tempo nos deixa com a sensação de que nada será como antes, nem para nós, que aprendemos tanto com as experiências pessoais, nem para aquelas pessoas, que agora percebem o valor da cultura daquele lugar.

Um comentário:

  1. Belas palavras Edilaine, pois elas trazem em si não só a realidade existente fora da academia, mas a percepção de que algo está mudando e que esta mudança também está em nós.

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