quarta-feira, 8 de abril de 2009

CONVIVER E A TERCEIRA IDADE...
Bianca S. L. Costa

 Com o projeto: A representação da memória através da música e da arte foi iniciado meu estágio relativo à Disciplina Estágio Supervisionado III em espaços não-formais, a instituição escolhida foi o Projeto Conviver um espaço voltado para pessoas que estão na terceira idade. Foi uma experiência muito marcante, pois a cada dia novas relações, aprendizagens aconteciam. Os diálogos, as histórias, os gestos, as experiências possibilitaram uma nova visão acerca do idoso. Mesmo possuindo um conhecimento significativo acerca das pessoas que se encontram na terceira idade e ter uma postura de respeito e valorização aos mesmos. Vivenciar aqueles momentos com aquelas pessoas constituiu em uma experiência singular devido às marcas deixadas na minha própria história de vida.
As histórias dos idosos que participam do Conviver são de pessoas que construíram a história do município de Itaberaba, mesmo nas suas casas, em seus trabalhos, em suas relações, etc... A cada dia através de ações, uma cidade era alicerçada, seja na edificação das construções, nas relações comerciais que aconteciam no mercado municipal, nas atuações políticas, na assistência a outras pessoas, nos festejos, ou seja, ocuparam uma função de Ser no mundo. E não ser reconhecido enquanto pessoas que produziram e são histórias é não compreender o real significado de estar no mundo. Nesse sentido, penso que todos os dias que passei com cada um daqueles idosos me possibilitaram rever tais sujeitos com outros olhos: a de pessoas que tem historicidade, que souberam produzir o inédito, que transcederam sua existência ao deixarem as marcas de suas vivências, de suas memórias em nossa sociedade.
A cada trabalho realizado pelo nosso grupo com os idosos, estes reviam suas vidas não mais com o pensamento de que foi algo que simplesmente passou, mas que permanece nas palavras que proferiram, nas pessoas que conviveram e nas ações que se perpetuaram. O passado dos mesmos, constitui em reflexos que fluiu no tempo, que se abriu para outras pessoas concedendo um novo horizonte repleto de possibilidades.
A minha experiência relativa ao estágio desafiou-me, cada vez mais, a assumir uma atitude reflexiva face às situações que se apresentam. Hoje, após a vivência com os idosos, penso que devemos a cada dia ver e perceber as pessoas a partir delas mesmas, e essa relação irá proporcionar experiências significativas que possibilitarão a dignificação e valorização do outro e o reconhecimento de seu valor enquanto sujeito de participação e construção da história.
Assim concluo que a experiência em espaços não-formais concede-nos uma visão mais ampla do real significado de ensinar, ou seja, quando saímos da sala de aula e ministramos em um outro ambiente diferente, sentimos o quanto necessitamos ressignificar nossos conceitos e valores para assim agirmos como mediadores nas situações e desafios que se apresentam no contexto do ensino-aprendizagem. Há um longo caminho a percorrer, mas creio cheio de esperança a partir das aprendizagens que ocorreram e sedimentaram novas posturas.
 

Comentário sobre um texto...
Bianca S. L. Costa

O texto que marcou a minha passagem pela Disciplina de Estágio Supervisionado III foi o de Circe Bittencourt: Procedimentos metodológicos em práticas interdisciplinares. Neste artigo a autora trata sobre a questão da Interdisciplinaridade e os procedimentos que devem ser adotados para a realização de uma práxis norteada pelos princípios interdisciplinares. A autora ressalta que uma prática interdisciplinar exige do educador um aprofundamento bem significativo do seu campo específico de conhecimento para assim, partir com segurança para um trabalho conjunto com outras áreas do conhecimento.
Nesse sentido, Bittencourt aborda no seu texto práticas insterdisciplinares para o ensino de história, falando sobre a interdisciplinaridade relativa à temática sobre o meio ambiente e a disciplina de História abordando sobre estudiosos no mundo e no Brasil que vem se de dedicando à relação dessas duas áreas de conhecimento. O que era inédito para mim, pois até o presente nunca havia atentado para a relação de ambas áreas e a importância de se estudar as mesmas.
Todo o texto apresenta propostas de trabalho que vem acontecendo em torno dessas áreas, o que vem possibilitando novas descobertas e pesquisas que venham a colaborar para futuras intervenções ambientais. Assim, esse trabalho suscitou novas problematizações acerca da minha prática enquanto educadora que contemple uma prática norteada pelos princípios interdisciplinares. 
 

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