quinta-feira, 9 de abril de 2009

Diana Silva de Freitas

História e Cidadania

Por que ensinar história hoje?

O ensino de história é alvo de constantes mudanças para atender as necessidades políticas e ideológicas de cada período histórico.

De acordo com o texto de Marcelo Magalhães a história passou a ser ensinada na França entre os séculos XIX e XX, durante esse período o ensino de história ressaltava em seu discurso a superioridade da França pautada no espírito nacionalista francês, a partir de então, a História ganhou características essencialmente ocidentais. No Brasil, a disciplina história passou a ser obrigatória na metade do século XIX; período do Estado nacional, neste período a história estava caracterizada pela cronologia política, estudo de biografias de brasileiros ilustre e o estudo de momentos marcantes para a afirmação da nacionalidade. Através da disciplina pretendia-se construir a memória da nação como sendo indivisível e fornecer referências para pensar o passado, presente e futuro do país.

A partir do texto foi possível perceber que em determinados períodos históricos o ensino de história enquanto disciplina atendia aos discursos ideológicos da época. Foi com a Escola Nova que a história ganhou uma nova dinâmica nas suas linhas de pesquisa e ensino. O tradicionalismo deu lugar à renovação dos estudos, a partir desse ponto, surgiram às dúvidas sobre o que ensinar para os alunos.

A reforma curricular do ensino de história no Brasil na década de 1990 foi fruto de intensas polêmicas na imprensa e na academia que atacaram as propostas curriculares. As propostas curriculares de história têm o objetivo de formar cidadãos, pois se tornou constante a preocupação com a construção da cidadania e ligada a esta discussão de temas transversais que propõe um dialogo de temas que estão ligados ao nosso cotidiano e que é interessante para todos.

Desde a criação da disciplina de história lá no século XVIII e XIX, esta tem sido alvo de manipulação na sua forma de como ensinar, pois é através dela que são divulgados os acontecimentos históricos, independentemente da sua importância. A história passou a ser como uma porta aberta para a construção de uma ideologia que atendesse aos interesses dos governantes. A disciplina de história é uma poderosa arma de formação identitária e ideológica do cidadão talvez sejam por isso que ela é alvo de constantes mudanças e polêmicas.

Referências:

Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologias/ Martha Abreu e Rachel Soihet (orgs.). – Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.

Experiência do Estágio

A concretização deste estágio foi gratificante, não porque acabou, mas por tudo que aprendi com as pessoas da comunidade que se dispusera a nos receber em suas casas e compartilhar com a equipe as suas lembranças da festa de Reis.

Ao final da caminhada deste estágio reconheço que a equipe foi “ousada” em trabalhar com a temática memória e cultura produzindo um documentário da festa de Reis, mas graças a essa “ousadia” nos deparamos com um universo cultural muito rico que até em tão estava escondido para mim.

Apesar do início do estágio ter sido conturbado por motivos administrativos da comunidade, a equipe não perdeu o foco da sua proposta de ensino e pesquisa. Foi muito surpreendente, pois nos deparamos com pessoas interessadas em nos contar o que sabiam sobre o Reis, e durante esse período de investigação foi possível perceber que a cultura de Reis está se perdendo no tempo, os jovens não mais se interessam em aprender com os mais velhos e estes se sentem menosprezados e acabam esquecendo elementos dessa cultura.

O esquecimento ou até mesmo a desvalorização de alguns aspectos da cultura local do bairro Barro Vermelho foi o que motivou a equipe a está trabalhando com memória e cultura: a memória dos moradores mais velhos do bairro e a festa que não mais se realiza no mesmo, a festa de Reis.

Estando em contato com essa memória e cultura local ficou muito mais claro para mim a compreensão da história local como ferramenta de valorização das festas de bairros. Como esses festejos podem ser trabalhados na sala a partir dos temas transversais, a pluralidade cultural, a partir deste tema é possível estudar a música, a história da festa, a confecção das roupas, etc. Há várias possibilidades. A partir da festa é possível estudar a história sem perder de vista a realidade do cotidiano dos alunos.

Portanto, a realização deste estágio foi uma aula concreta de história e cultura, pois mantive um contato direto com ambas. Agradeço a todos que participaram e colaboraram direta ou indiretamente deste trabalho. Foi muito prazeroso.

Diana silva de Freitas.

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