terça-feira, 29 de setembro de 2009

DITADURA GOLPISTA


ABAIXO A DITADURA GOLPISTA!ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE!


Madrugada de 22 de setembro: mais de mil policiais e militares, segundo testemunhos, se lançam com tiros de fuzil e bombas de gás contra 5 mil pessoas que se postaram em frente à embaixada do Brasil, em Tegucigalpa, para proteger o presidente Manuel Zelaya que decidiu regressar a Honduras para fazer valer o direito de terminar o mandato presidencial para o qual foi eleito pela população.Desde o momento em que Manuel Zelaya, presidente legítimo, voltou, a luta do povo hondurenho contra os golpistas tomou fôlego. Apesar da reação assassina do governo de Micheletti que ataca o povo, que prende, fere e mata, e que não duvida em agredir a Embaixada do Brasil onde Zelaya se refugiou, a mobilização popular, inclusive utilizando barricadas, convocada pela Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, se estendeu obrigando o regime a levantar o toque de recolher.A ditadura que realizou o golpe contra Zelaya em 28 de junho passado, com o apoio dos comandantes do Exército hondurenho, dos partidos da oligarquia e, por trás deles, do embaixador norteamericano, busca manter-se no poder à custa de sangue e contra a vontade de todo um povo. Mas a realidade é que 7 dias antes do regresso de Zelaya, no dia da comemoração da “Festa Pátria”, o governo de Micheletti mostrou seu total isolamento da população.Em 15 de setembro 500 mil trabalhadoras, trabalhadores, jovens, habitantes dos bairros pobres desfilaram ao chamado da FRENTE NACIONAL CONTRA O GOLPE DE ESTADO para comemorar a primeira independência deste país (1821) e para assinalar que estão por uma segunda independência, expressa na luta pela ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE para impor instituições democráticas, para defender la soberania nacional. No mesmo dia o governo golpista só pode reunir 4 mil pessoas, fechadas num estádio de futebol, protegidas pelo Exército, muitas delas obrigadas sob pena de represálias no trabalho.O povo hondurenho sentiu o regresso de Zelaya como uma conquista de um movimento que já dura 88 dias, com manifestações diárias, a maior parte das vezes ignoradas pela imprensa internacional interessada em promover o Plano Arias-Clinton, que significa o regresso pactado de um presidente sem poderes para “validar” eleições ilegítimas desde a origem, no mês de novembro.O movimento ininterrupto das massas hondurenhas, como se vê nas ruas e se expressa nas declarações da Frente Nacional Contra o Golpe, busca o retorno de Zelaya à presidência para concretizar a convocação da Constituinte, e a punição dos culpados da repressão e do assassinato de populares.Hoje, a sorte do povo hondurenho é a sorte dos povos da América Central, do continente inteiro e do mundo. É a luta pelo direito dos povos a decidir sobre seu próprio destino e a exercer sua soberania, por uma União livre de Nações Soberanas em estreita colaboração com os explorados e oprimidos dos Estados Unidos.Deter a escalada repressiva contra o povo de Honduras é, ao mesmo tempo, enfrentar a ofensiva do governo dos EUA que hoje instala bases militares na Colômbia para ajudar as oligarquias locais a continuarem jogando seu papel de administradoras das grandes multinacionais, para derrotar o processo de resistência de todos os povos trabalhadores do continente e fazê-los pagar bilhões de dólares pelo custo da brutal crise do sistema capitalista.A 4ª Internacional se pronuncia pelo mais amplo apoio em solidariedade ao povo hondurenho e participa, com suas seções no continente e no mundo, em todas as ações de frente única com as organizações de trabalhadores e organizações que se pronunciam pela defesa da soberania dos povos, contra a repressão, pela democracia, para realizar mobilizações e pronunciamentos em apoio ao povo de Honduras.A 4ª Internacional diz:• Abaixo a ditadura golpista!• Libertação dos presos políticos, fim da repressão! Punição aos culpados!• Zelaya Presidente, de forma imediata e incondicional!• Assembléia Constituinte!
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Netto

sábado, 26 de setembro de 2009

A ROMA ANTIGA É AQUI!




Destruíram parte do Mercado Velho da nossa cidade. O ato foi feito nesta sexta-feira (25/09) à noite, um ato perverso e mesquinho. Ignóbil para ser sincero. O senado romano em época de crise ou de ameaça ao Império, às escondidas, à noite, consagrava um general, com poderes ditatoriais. Afinal era um ato covarde, retirar do povo o poder e atribuir a um único homem, isto não podia ser feito nas luzes do dia sob os olhares dos plebeus e patrícios.
Em Itaberaba não se chega a tanto, mas bem que está próximo. Moradores se sentiram indignados com a derrubada da parede do Mercado Velho, voltada para a agência da Caixa Econômica, transformando o espaço numa “grande garagem” a céu aberto. O que se sabe é que a prefeitura quer resolver o problema de espaço para estacionamento de veículos no centro da cidade, transformando o prédio - um patrimônio material - em uma reles garagem. Vergonhoso para nós itaberabense que estamos vendo paulatinamente a nossa memória, a nossa história descer ralo abaixo. Enquanto os visitantes buscam Lençóis, Andaraí, Mucugê, e outras cidades pelo seu patrimônio, nós da nossa parte tratamos de destruir o pouco do que nos resta.
Destruímos a Praça do Rosário, refiro-me a nós porque nos calamos e aceitamos!, construindo ali casas modernas que em nada se parecem com os antigos casarões; a feira da Praça do Coqueiro foi retirada do local para dar lugar “a nada”, a apenas um quadrado vazio; nossos clubes deixaram de existir, seja o Clube Social, espaço das festas populares, da memória do povo itaberabense, agora apenas um amontoado de escombros, e com ele, mais tarde, se foi o famoso Clube Cajazeiras, rival do primeiro. A praça J.J Seabra perdeu a sua beleza e charme quando o coreto foi derrubado, demonstrando neste ato mais uma das ações anti - populares dos governos que se instalaram na prefeitura.
Lanço agora o questionamento: qual será a resposta da Câmara Municipal, do Conselho Municipal de Cultura, das Universidades, em especial dos estudantes de História, da sociedade organizada diante de uma ação desastrosa como esta?Se hoje eles derrubam parte da história, o Mercado Velho, amanhã avançarão contra as nossas casas, a nossa própria história, e de forma vil destruirão as nossas recordações. Não sou contra o novo, sou contra a destruição da memória, e do resto que ainda persiste sabendo que passado e presente podem conviver harmoniosamente.
Por que não remodelam o local respeitando suas formas e transformando o Antigo Mercado em um espaço cultural, onde artistas da terra poderiam ali se expressar nos finais de semana ou no seu decorrer, garantindo a nós e turistas mais um espaço para se registrar e conhecer a nossa cultura. Para eles isto é difícil! Afinal Itaberaba (para eles) não é a sua referência de cultura, talvez os grandes centros... Demagogos!Mais cem dias assim e veremos o que mais?
Fica a lição: políticos itaberabense com seus poderes ilimitados não são diferentes dos daqueles da Roma Antiga. São perversos e não têm limites!
Imagem: WEB
Por João

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Coisas lamentáveis para lembrar que nada é o que parece. Que a democracia está longe de ser conquistada. Eis o que o site oficial da APLB-SINDICATO registra e aqui disponibilizamos como forma de protesto e apoio as famílias das vítimas:


CNTE exige apuração rigorosa de crime em Porto Seguro


O presidente da CNTE, Roberto Leão, enviou ofício ao governador da Bahia, Jaques Wagner (PT/BA) no qual exige do governo estadual a apuração rigorosa dos fatos ocorridos no último dia 17, em Porto Seguro, que vitimaram dois professores e líderes sindicais da APLB/Sindicato. Roberto Leão solicitou também garantia de vida aos familiares das vítimas.
De acordo com relatos, os professores Elisney Pereira Santos (morreu no momento em que recebeu os tiros) e Álvaro Henrique Santos (morreu ontem em Salvador) sofreram emboscada, uma vez que os mesmos foram recebidos a tiros ao chegarem à residência da mãe de Álvaro Santos, o qual foi atraído por um telefonema que indicava problema de saúde com seus familiares.
Ao manifestar consternação diante do caso, Leão lamenta que, ainda nos dias de hoje, exista na Bahia a prática de atentados contra os trabalhadores, como forma de intimidação aos que lutam por uma vida digna e justa.
“É inaceitável que um crime como este ocorra no Estado Democrático de Direito sem que os criminosos sejam punidos. E destacou que a CNTE vai acompanhar de perto as investigações e espera que o inquérito seja concluído o mais breve possível”, acrescentou.
Os educadores de Porto Seguro iniciaram uma greve no dia 16 de setembro, e este pode ser outro indício que fortalece a tese de atentado aos sindicalistas.
Leão informou ainda que o crime foi denunciado às organizações internacionais, como a Internacional da Educação e a Organização Internacional do Trabalho, para que possam cobrar providências quanto à apuração dos fatos e punição dos culpados.
O residente da CNTE divulgou também moção de solidariedade aos educadores de Porto Seguro, na qual presta condolências aos familiares dos professores Elisney e Álvaro Santos.

Fonte: http://www.aplbsindicato.org.br/

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

QUEM DISSE QUE AGUA E OLEO NÃO SE MISTURAM?


Fico eu cá imaginando, na minha intima ignorância, se não perdemos o bonde da história. Recordo-me do passado glorioso do PT, do PCdoB e tantos outros partidos da Esquerda, que criaram em nós, naquelas pessoas que queriam um mundo melhor, a utopia da mudança, da igualdade social, do direito ao pão, à terra, e tantos outros direitos os quais o povo tanto padece. Mas aonde chegamos? Ao fim do poço.
Em Itaberaba, nos defrontamos com a realidade mais uma vez cruel, mas nada que nos assuste mais. Fiquei sabendo que o DEM, de Jadiel Almeida Mascarenhas e o PT de Jaqcues Wagner se apóiam mutuamente. Uma frente ampla e contra quem? Uma nova estratégia do PT? Quem sabe? Afinal, da política tudo pode se esperar.
Mas acredito que não é uma união para o bem de Itaberaba. Pois sabemos dos espinhos que envolvem aliança deste tipo. Já diziam os mais velhos: que água e óleo não se misturam. Mas com a Modernidade talvez o dito (e as regras imutáveis da natureza) perca a veracidade. Karl Marx, ao pensar o socialismo como via intermediária entre capitalismo e o comunismo, ultimo estágio da sociedade, já defendia, e estou totalmente ao lado dele, a impossibilidade da união de opositores históricos - burguesia e proletariado, ricos e pobres, entre fazendeiros e o simples homem do campo. Por quê? Por que simplesmente apontara Marx, a história sempre mostrou que os mais poderosos sempre utilizaram os fragilizados (escravos, servos, proletariados, assalariados) como massa de manobra para atingir determinado fim. A Revolução francesa nos ensino isto quando a burguesia e sans cullot lutaram lado a lado, se posso dizer isso, para derrubar o poder de uma nobreza intransigente e decadente, e qual foi o resultado, quando os homens do povo quiseram assumir o controle da Revolução? Simplesmente foram derrubados pela burguesia, e depois esta impôs os limites da revolução ao povo quando o maior representante deles (dos princípios burgueses) assumiu o poder: Napoleão Bonaparte. Que, de um lado governava de forma autoritária, de outra cedia certos direitos ao populacho como via de acalmar os ânimos dos mais exaltados e tirar o sentido das lutas populares.
Mas não é preciso ir longe para mostrar que o Brasil dos nossos sonhos não mudou. É mais certo dizer que os idealistas e sua via de ascenção ao poder mudaram. Mas, não todos. A aliança de DEM E PT, que vejo como um acordo meramente político-partidário, afinal as eleições para deputado estão próximas, não mudará a vida do itaberabense, este continuará sempre vítima da pobreza, da miséria social, da criminalidade, da falta de empregos para jovens, mulheres e adultos. Uma fábrica de votos como somente as nações ditas capitalistas e democráticas sabem administrar persistirá . Mas o que poderíamos esperar? Lula chegou ao poder e as transformações esperadas aconteceram? Não. A mudança que mais me chamou atenção foi a guinada do PT para a direita, e a saída das correntes radicais do partido que não admitem este modelo de governo combatido nas décadas de 80 e 90. Ficando apenas a impressão de que, ao apagar das luzes, quase tudo (ou tudo, sonhado e desejado) foi jogado para debaixo do tapete... e a água e óleo se misturando naturalmente. Pobre das Exatas!
Pobre de nós também, itaberabense, que perdemos parte da nossa fé num futuro melhor. Bom para eles que assim pensam que nos enganam, com os olhos nas próximas eleições, sem, contudo mudar o contexto socioeconômico, político da nossa cidade e da Chapada. Só para lembrar do que me refiro até mesmo a extensão da ferrovia que parte do Cerrada para Porto Seguro, empreendimento agora do Governo Lula, visando escoar as nossas riquezas para o estrangeiro, sequer passa perto da Chapada Diamantina, do maior produtor de abacaxi – Itaberaba. Mas onde estavam os nossos “líderes” e as “vozes da esquerda”, que tem seus representantes máximos nos Governos do Estado e da União?
De fato, esta aliança – que recorda os velhos tempos da política carlista na Bahia e a política do cabresto, dos governadores, do Café-com-Leite - não é para o bem da nossa cidade, a leitura é outra. Afinal qual é a sua?

João – Itaberabense e estudante de história – 8º semestre
Imagem: web

domingo, 2 de agosto de 2009

As Conferências da ANPUH (2009) em FORTAL

Em Fortaleza as turmas presentes do curso de História - UNEB/Itaberaba - Ba foram representativas. O camarada do lado esquerdo é Diego! ( De fato, um foto escuuura!)


No dia 17 de julho foi a vez de Nicolau Svecenko (USP) com a Conferência de encerramento da ANPUH: AÇÃO CULTURAL , ARTE E ÉTICA: DOS ANOS DOURADOS AOS ANOS DE CHUMBO.

Poderia ser melhor se não fosse interrompida por uma chuva forte! Na melhor parte do evento é cancelado! Uma pena!
Em Fortaleza um minuto com o professor Fernando Catroga ( Universidade de Coimbra). Além de agraciar a comunidade de História com uma Palestra (15/07), lançou o livro "OS PASSOS DO HOMEM NO RESTOLHO DO TEMPO ( Memória e fim do fim da História)". Uma figura!

João - 8º semestre


segunda-feira, 20 de julho de 2009

BLOGAGEM...


Pessoal, passei um detreminado tempo sem blogar nesse espaço, porque eu fui perceber que nenhum outro colega do curso estava utilizando-se do blog. Fiquei durante todo esse tempo acessando na espectativa de uma novidade vinda de alguem da turma, mas, como não aconteceu o esperado... continuarei então com minhas publicações, não quero permitir que o mesmo seja tirado do ar.


Abraços a tod@s!


Netto

quarta-feira, 1 de julho de 2009

USP: Uma instituição pública sob as ordens do mercado



Ruy Braga, Prof. do Departamento de Sociologia da USP e autor, entre outros, de Infoproletários


• "A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos é, na verdade, a regra geral."Walter Benjamin



O ataque militar com bombas de gás, bombas de concussão e tiros de borracha ao prédio da FFLCH, na Cidade Universitária, é tão chocante quanto emblemático. É chocante, pois os professores, reunidos em assembléia no prédio dos cursos de História e Geografia, nunca representaram ameaça à ordem pública. Emblemático, pois violentou uma escola que se notabilizou internacionalmente por sua produção acadêmica crítica, reflexiva e, por isso mesmo, tradicionalmente insubmissa aos poderosos de plantão e seus projetos antidemocráticos de universidade.Evidentemente, trata-se de uma violência interessada. O governador de São Paulo, José Serra, e a professora Suely Vilela, reitora da USP, sabem o que se encontra em disputa hoje: dois projetos antagônicos de universidade enfrentaram- se em 2007, quando então o governador buscou eliminar a autonomia universitária por meio de seus mal-afamados decretos. Naquela ocasião, a ação de forças de oposição fizeram-no recuar, impondo-lhe uma incontestável derrota. A reação não tardou e o armistício simbolizado pelo decreto declaratório de maio daquele ano parece estar sendo revogado aos poucos.A Universidade Virtual do Estado de São Paulo, a nova carreira docente, a política de moderação salarial permanente, a demissão de um dirigente sindical em pleno mandato e o recurso à Polícia Militar para reprimir um protesto pacífico de estudantes desarmados mostram, inequivocamente, que o ataque à autonomia universitária voltou. O objetivo de Serra e Suely Vilela é aprofundar a fratura que já existe na universidade, entre cursos desprestigiados e destinados a formar força de trabalho semiqualificada em larga escala e cursos prestigiados e organicamente, vinculados a empresas interessadas em obter conhecimento tecnocientífico subsidiado pelo Estado.Uma das principais ameaças à autonomia universitária consiste na progressiva submissão dos pesquisadores ao despotismo de mercado. A heteronomia acadêmica se impõe como regra, limitando a natureza criativa e inovadora do campo científico. Assim, a prática do pesquisador se vê degradada e sua liberdade, cerceada. Um novo regime disciplinar de produção e difusão do conhecimento científico vai se consolidando na universidade que responde, sozinha, por cerca de 28% da pesquisa científica brasileira. Um regime cujo sentido consiste em fazer com que a pesquisa científica se submeta às estratégias do modelo de acumulação vigente no país. Contra esse projeto, setores universitários insubordinaram- se novamente este ano, sendo duramente reprimidos pela PM. Não causa espanto: tal projeto é incompatível com qualquer forma, ainda que incipiente, de democracia. Não é sem razão que no colégio eleitoral que escolheu o nome de Suely Vilela como primeiro da lista tríplice a ser levada ao governador, os votos dos representantes de entidades empresariais de agricultores, pecuaristas, comerciantes e industriais eram equivalentes em número aos votos de todos os representantes dos servidores não-docentes da USP. A falta de participação da comunidade atenta contra o Artigo 14 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que trata dos princípios da Gestão Democrática. O colégio do segundo turno contou com apenas 300 votantes entre 97.000 professores, estudantes e funcionários. Ou seja, 0,3% daqueles que participam da universidade indicaram o dirigente máximo da instituição. Mas mesmo isso já não é suficiente. Serra e Suely Vilela mostraram-se dispostos a aprofundar essa situação: cinco das últimas nove reuniões do Conselho Universitário foram realizadas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Por se tratar de uma instituição estratégica para o programa nuclear brasileiro, toda a área é fortemente militarizada.Pela mesma razão, a nova carreira docente da USP, que submete promoções por mérito ao arbítrio da reitoria, foi aprovada de forma sumária em uma votação reconhecida pela própria assessoria jurídica da universidade como ilegal. Em síntese, temos acordos salariais não cumpridos, demissão de sindicalistas, recusas em negociar com entidades representativas, reuniões em áreas militarizadas, votações ilegais... Para realizar seu projeto, a reitora, apoiada pelo governo do Estado, necessita atentar contra a LDB, os acordos, as normas e as regras da própria universidade. Suely Vilela não agiu irrefletidamente ao chamar a PM para ocupar o campus. E Serra sabia o que estava fazendo ao autorizar o ataque à USP. A repressão aos piquetes não passa de mero pretexto. Na verdade, esse projeto não tolera nenhuma forma de dissenso, de conhecimento crítico, reflexivo, por isso fomos encerrados em um verdadeiro "estado de exceção" não-declarado, sob o ataque de bombas de gás, bombas de concussão e tiros de borracha. * Artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo, no dia 22 de junho de 2009


Por Netto!

terça-feira, 23 de junho de 2009

ROUSSEAU


A função social da educação:

  • a reforma da educação é que possibilitaria uma reforma do sistema político e social;

  • criar uma sociedade fundada na família, no povo, no soberano, na pátria e no Estado;

  • a educação não somente mudaria as pessoas particulares mas também a toda a sociedade, pois trata-se de educar o cidadão para que ele ajude a forjar uma nova sociedade.

A " educação natural" preconizada por ele, encontra-se retratada na obra O Emílio, na qual, de forma romanceada, expõe suas concepções, através dos relatos da educação de um jovem, acompanhado por um preceptor ideal e afastado da sociedade corruptora.
Essa educação naturalista, não significa retornar a uma vida selvagem, primitiva, isolada, mas sim, afastada dos costumes da aristocracia da época, da vida artificial que girava em torno das convenções sociais. A educação deveria levar homem a agir por interesses naturais e não por imposição de regras exteriores e artificiais, pois só assim, o homem poderia ser o dono de si próprio.
Outro aspecto da educação natural está na não aceitação, por Rousseau, de uma educação intelectualista, que fatalmente levaria ao ensino formal e livresco. O homem não se constitui apenas de intelecto pois, disposições primitivas, nele presentes, como: as emoções, os sentidos, os instintos e os sentimentos, existem antes do pensamento elaborado; estas dimensões primitivas são para ele, mais dignas de confiança, do que os hábitos de pensamento que foram forjados pela sociedade e impostos ao indivíduo.

Conceito de aluno:

  • concebia um modelo único de homem: marido, cidadão e patriota;

  • a criança é um ser inocente e bom por natureza.

Rousseau trouxe novas idéias para combater aquelas que prevaleciam há muito tempo em sua época, principalmente a de que a educação da criança deveria ser voltada aos interesses do adulto e da vida adulta.
Introduziu a concepção de que a criança era um ser com características próprias em suas idéias e interesses, e desse modo não mais podia ser vista como um adulto em miniatura.

Com suas idéias, ele derrubou as concepções vigentes que pregavam ser a educação o processo pelo qual a criança passa a adquirir conhecimentos, atitudes e hábitos armazenados pela civilização, sem transformações.

Considerava cada fase da vida como tendo características próprias. Tanto o homem como a sociedade se modificam, e a educação é elemento fundamental para a necessária adaptação a essas modificações. Se cada fase da vida tem suas características próprias, a educação inicial, não poderia mais ser considerada uma preparação para a vida, da maneira que era concebida pelos educadores à época.

Rousseau afirmou que a educação não vem de fora, é a expressão livre da criança no seu contato com a natureza. Ao contrário da rígida disciplina e excessivo uso da memória vigentes então, propôs serem trabalhadas com a criança: o brinquedo, o esporte, agricultura e uso de instrumentos de variados ofícios, linguagem, canto, aritmética e geometria.

Através dessas atividades a criança estaria medindo, contando, pesando; portanto, estariam sendo desenvolvidas atividades relacionadas à vida e aos seus interesses.

Conceito de valores:

  • a importância dada ao valor da liberdade pode ser observada em seu conceito de "contrato";

  • em seu contrato encontramos a presença de dois fatores: liberdade e autoridade em interação;

  • autoridade é algo necessário e, significa para Rousseau, ser amado e respeitado pelo aluno;

  • liberdade é a autonomia das pessoas, é bastarem-se a si próprias.

Rousseau, no contexto de sua época, formulou princípios educacionais que permanecem até nossos dias, principalmente enquanto afirmava: que a verdadeira finalidade da educação era ensinar a criança a viver e a aprender a exercer a liberdade. Para ele, a criança não é educada para Deus, nem para a vida em sociedade, mas sim, para si mesma: " Viver é o que eu desejo ensinar-lhe. Quando sair das minhas mãos, ele não será magistrado, soldado ou sacerdote, ele será, antes de tudo, um homem".

Papel do docente:

  • ser mestre significa iniciar um processo de humanização;

  • o aluno aprende a fazer-se homem em contato com seu mestre e, portanto, o mestre é sempre um modelo a seguir.

Podemos afirmar que as idéias de Rousseau influenciam diferentes correntes pedagógicas, principalmente as tendências não diretivas, no século XX.

Quase dois séculos depois de Rousseau instaurar sua concepção, Freinet, também francês, num contexto marcado pelo pós-guerra, vai resgatar a esperança na criança em fazer frente à corrupção adulta. Para Freinet, pela educação será possível construir um novo amanhã, desde que as intervenções educativas se aportem nas “virtualidades humanas”, que estão presentes na infância - criação, empreendimento, liberdade e cooperação - e que potencialmente possibilitarão a construção de uma nova sociedade (o capitalismo, para Rousseau, e o socialismo humanista, para Freinet) (NASCIMENTO, 1995, p.46)


Por: Netto

VIII Semestre

sábado, 13 de junho de 2009

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO OESTINA



A Universidade do Estado da Bahia – UNEB, criada pela Lei Delegada nº66, de 1º de julho de 1995, e reestruturada pela lei Estadual nº7176, de 10 de setembro de 1997, é uma Instituição autárquica de regime especial, alicerçada no tripé básico ensino, pesquisa e extensão, de natureza multicampi, vinculada à Secretaria da Educação do Estado da Bahia, com sede e foro na cidade de Salvador e jurisdição em todo o estado da Bahia. A UNEB está presente geograficamente em todas as regiões do Estado, estruturada no sistema multicampi, possuindo 24 departamentos sediados na capital e mais 18 centros regionais de médio e grande portes.

A comunidade acadêmica da UNEB sai uma vez mais em defesa da universidade pública! Nós que fazemos parte da UNEB saímos com renovado vigor em defesa da UNEB. Fazer parte da UNEB significa compartilhar com ela de suas vitórias, crescimento, desenvolvimento e sofrimento. Para nós estudantes, fazer parte de uma universidade pública vai além do simples estar na sala de aula, é preciso envolver-se politicamente com todas as questões que a academia nos proporciona, agindo de forma crítica e decisiva em busca da consolidação de uma sociedade humana e fraterna.

O sucateamento das Universidades Públicas é gritante e deve-se a falta de investimento do Governo do Estado da Bahia no Ensino Superior e à política de entrega desta modalidade de ensino para esfera privada. A UNEB, presente em 24 municípios espalhados pelo estado, logicamente não foge à regra e está sofrendo. A intensificação dos ataques à UNEB é consolidada pela ofensiva do setor privado com sustentação do governo, e manifesta através das propostas de Reestruturação da UNEB sem aumento real e justo dos seus recursos; das propostas inconstitucional de curso de Pós-graduações pagas dentro de um espaço que deve ser genuinamente público e gratuito; da instalação das sanguessungas e parasitárias Fundações com o pretexto de captar recursos para a Universidade, quando na verdade ela capta o famigerado recurso da Universidade; a não realização de concurso público para técnicos e especialmente para professores efetivos; o calendário acadêmico estapafúrdio, esquizofrênico e fragmentado de menos de cem (100) dias por semestre; e a não revogação de uma simples Lei a 7176/97 que lhe devolveria autonomia universitária, gerencial e política; desatualização e insuficiência do acervo bibliográfico; problemas de estrutura física (como iluminação e segurança); falta de salas de aula; e ausência de um auditório.

Diante deste quadro não há como não reconhecer que a Educação Pública, bem como a universidade pública, vem passando por um momento de crise. É importante destacarmos que esse momento de crise, não é um momento inerente a Universidade pelo fato dela ser pública, como é veiculado e divulgado pelo governo, pela mídia burguesa e pelos agiotas internacional: FMI, Banco Mundial, etc,... A Educação e a Universidade Pública, e aqui infelizmente se encontra a UNEB, vivem um momento de crise imposta pela omissão, negligência, indiferença e abandono dos sucessivos governos e aprofundados pelo atual governo.

Os estudantes, maioria em qualquer instituição de ensino e protagonistas na história de luta em defesa da educação pública, uma vez mais saem em defesa e luta da UNEB, respondendo ao ataque vil e torpe desferido a UNEB por aqueles que deveriam defendê-la, mas preferem virar às costas a ela. Muitos desses em um passado não muito longínquo utilizou-se de algumas organizações e entidades dentro da universidade e do espaço da mesma para difundir suas falsas idéias e propostas em defesa dela. Usando os problemas da Universidade para se beneficiar e fazer dos mesmos um trampolim e/ou meio de autopromoção.

Inspirados, estimulados e fortalecidos pelas vitoriosas mobilizações estudantis em todo o Brasil com as inúmeras ocupações das reitorias, nós comunidade acadêmica da UNEB saímos em defesa da Universidade que apesar de toda a precariedade, deficiência, e através do esforço heróico dos seus estudantes e docentes que são poucos vale ressaltar, vem conseguindo dar respostas às demandas da sociedade.

Há vinte e cinco anos a UNEB iniciou a sua missão inaugural de democratizar o acesso ao Ensino Superior através de sua interiorização. Contribuindo direta e efetivamente no desenvolvimento deste estado.. Há vinte anos a UNEB contribui no desenvolvimento desta cidade bem como de toda a região oeste. O Departamento de Ciências Humanas - Campus IX – Barreiras, da Universidade do Estado da Bahia atende a toda região oeste, cidades dos estados do Piauí, Goiás e demais estados do Brasil, sendo por mais de vinte anos a única instituição de Ensino Superior Pública a prestar uma importante contribuição para o desenvolvimento dessa região nas mais diversas áreas. Por isso, as/os estudantes de Biologia, Letras, Agronomia e Pedagogia ao paralisarem as atividades discentes saem em defesa da UNEB para que a mesma possa continuar sua missão e oferecendo com muita presteza uma formação profissional qualificada referenciada nas lutas sociais. Sobretudo, e imprescindivelmente , uma formação humana, política, social e cultural. Em tempo convocamos a todas (os) oestinas (os) a somarem-se as/aos estudantes unebianas (os) em defesa da UNEB. O problema da UNEB é de todas (os) nós! Sobretudo do Governo do Estado que se diz ser de todos nós.

Ao mesmo tempo em que saímos em defesa da UNEB declaramos a população oestina que nós estudamos com muito orgulho e com muito amor na Universidade que teve o melhor desempenho no Estado da Bahia no ENADE!!!

Bahia, junho de 2009.

Diretório Acadêmico de Ciências Biológicas – Diretório Acadêmico de Ciências Contábeis - Diretório Acadêmico de Engenharia Agronômica - Diretório Acadêmico de Letras – Diretório Acadêmico de Pedagogia – Estudantes de Engenharia Agronômica do Movimento CETA (PRONERA)



p/ Netto

DESPERTAR É PRECISO


Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma Flor do nosso jardim e não dizemos nada.
Na segunda noite, Já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, Já não podemos dizer nada.

Vladimir Maiakóvski


p/ Netto

segunda-feira, 8 de junho de 2009

VISAL SOCIAL

Impressionante as analises que esse homem faz da política nacional e melhor ainda é a convicção de suas palavras, coloca no sapatinho um montão de cientistas sociais diplomados.

Netto

terça-feira, 19 de maio de 2009

Todos juntos


"Todos juntos somos fortes,

somos flexas, somos arcos,

todos nós no mesmo barco

não há nada a temer..."
Netto



sexta-feira, 15 de maio de 2009

MÉTODO PAULO FREIRE

Aos companheiros que irão estagiar no EJA, acredito que esse vídeo venha contribuir um pouco para a reflexão em relação as possiveis clientelas que irão encontrar nas escolas públicas de nosso municipio.

Netto

segunda-feira, 11 de maio de 2009

NOVAS PARAGENS!


 Cachoeira não será mais a mesma depois de José e João!

Passeio a Cachoeira - Ba

Reza a lenda: ao subir a escada mágica, os desejos se realizam! 

O QUE AS MENINAS TINHAM EM MENTE?













Primeira teoria:

  •   Terminar o curso de História no 8º semestre? Não vai dar!

Segunda teoria:

  • Ganhar na mega sena? Estudante não tem dinheiro para  gastar com aposta!
              
Terceira teoria: 

  • Encarar mansinho o desafio do TCC e do Estágio....ou?





quinta-feira, 30 de abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Reflexões: EDUCAR, ÓH ATO SIMPLES! SERÁ?


Pessoas desinformadas apontam que o profissional do Magistério (funcionário público) é um peso para a nação, que nada ou quase nada tem a oferecer, a não ser reivindicar salários e direito à vitaliciedade no cargo que ocupa.



Temos o “bom costume” de dizer que nada “no espaço público presta”, temos tendência a achar que o desempenho de professores da escola pública é péssimo, e que eles ainda reclamam do que ganham. Ironia à parte, mas esta profissão em qualquer esfera, privada ou pública, é uma profissão séria e de risco. Somente quem é desinformado tende a menosprezar a função. Não sabem que por detrás há todo um esforço e muito sofrimento para tentar educar as gerações deste País. Claro que isto depende do esforço individual, às vezes pouco fiscalizada, mas não se pode presumir que educar é um ato “simples”, pois não é, basta ver: Planos de curso, de unidade, de aula, de ação, cursos de aperfeiçoamento, ACs, projetos, e tantas demandas que se exigem para se manter enquanto educador. Quando este pensa que domina 10% do necessário para estar em sala de aula, a sociedade já mudou, e este profissional precisa re-começar do zero.


Para saber como funciona o ato de educar, as pessoas antes de abrirem à boca precisam acompanhar a rotina de um professor por uma semana... Saberá que educação não se faz apenas de giz ,cuspe e papel mas da relação inter pessoal, que é conflituosa.

E O PISO SALARIAL DO PROFESSOR?

O valor do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica com formação em nível médio na modalidade Normal foi fixado pela Lei em R$ 950,00;
A lei prevê que o piso de R$ 950,00 seja aplicado para uma jornada de 40 (quarenta) horas semanais;
O Piso deve começar a ser pago em 1º de janeiro de 2009, de forma progressiva e proporcional, tendo seu valor integralizado em 1º de janeiro de 2010;
A Lei diz que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica.
Se um professor recebe atualmente uma remuneração mensal superior a R$ 950, 00, seja ela composta de salário, gratificação ou outras vantagens, a implementação do piso poderá fazer com que tais vantagens sejam incorporadas ao seu vencimento, mas não poderá reduzir sua remuneração total (FONTE: portal. mec. gov. br).

Imagem: Fonte: WEB

sábado, 11 de abril de 2009

História e Cidadania - Por que ensinar história hoje?
Comentário por Lídia Machado

O autor aborda de forma concisa, porém eficiente, a tragetória do ensino de história. A mesma na construção do Hexágono, desempenhava claramente uma função cívica e alimentava o discurso da democracia republicana. No Brasil a história passou a ser disciplina escolar na metade do século XIX, no momento da afirmação do estado nacional.
A história brasileira só foi pensada de forma sistemática em meio ao processo de consolidação do Estado Imperial, e enquanto disciplina se ocupava principalmente com a sociedade contemporânea, e seu conteúdo se limitava a história política e sua metodologia a decorar nomes e datas dos "grandes feitos".
Os cursos univesitários que foram votados para formação dos professores secundários, surgiu como uma inovação e caminho de mudança do ensino de história no Brasil, que durante muito tempo ficou à deriva e controlado por forças políticas. A ditadura militar interrompeu esse inovação, cedendo assim espaço para a disciplina de Estudos Sociais, que usava a história como instrumento de formação de um espírito cívico.
O autor relata as principais disputas ocorridas em torno dessa disciplina e como o interesse visava a propagação e permanencia da classe dominate. Mesmo com algumas mudanças, a história continuou a ser repartida em eixos políticos e nos ciclos econômicos do país. Com a criação dos PCNs a principal função do ensino de história é formar cidadãos críticos e contribuir para um melhor desempenho do papel de educador.
Os PCNs compartilha a idéia de que a história moderna da cidadania se constitui pela ampliação dos direitos a serem garantidos, não limitando o ensino de história só ao eixos políticos e econômicos, como aconteceu antes de se perceber com um novo olhar o objetivo da história.

Referência: MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e cidadania: por que ensinar história hoje. In. ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.


Experiência do Estágio Supervisionado III

Ana Bela O. Pereira Lima

Minha experiência da disciplina do Estágio Supervisionado III, lecionado pelo professor Sidney, proposto no espaço informal, com a equipe formada por Clésia, Rudival, Marcos e eu Ana Bela. Foi muito importante para minha formação em licenciatura em história.

Apesar da falta de organização por parte da acadêmica UNEB – Campus XIII, posso avaliar essa experiência como boa.

Iniciamos o Estágio na Praça do Rosário, com o projeto Memórias de uma Vida, entrevistando os antigos moradores que ainda residem neste local. O Objetivo do projeto era resgatar a memória desses idosos na juventude fazendo comparações com o modo de vida.

Com os idosos entrevistados pode aprender mais sobre a história da minha cidade Itaberaba a qual tanto gosto e perceber que há muitas questões para ser investigada e explorada. Exemplo a forte influência que a Igreja Nossa Senhora do Rosário teve na formação da cidade e, sobretudo exercia na juventude daquela época e que ao longo do tempo perdeu suas forças afastando-os da vida religiosa.

Portanto a cada entrevista era um novo aprendizado. Aprendi na prática como a memória e oralidade são importantes para o pesquisador, valorizar mais a história de Itaberaba e analisar em que contexto social a cidade se encontra hoje, nos aspectos políticas, cultural e econômico etc.

E sentir um pouco na pele como é difícil a profissão de historiador. Essas questões citadas acima são as partes importantes e boas da experiência do meu Estagio.

Concluímos o Estagio com apresentação do documentário no Espaço Zumbi dos Palmares com a presença dos idosos e da comunidade. Com a missão cumprida tive uma sensação de que pode deixar minha pequena colaboração para a comunidade com o documentário, outras pessoas possam utilizar para elaborarem outros trabalhos.

Enfim essa experiência foi uma troca de aprendizado dos idosos para mim e de mim para os idosos (recíproco).

Bibliografia:

KARNAL,Leandro. História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas (org). São Paulo: Contexto, 2003

"28 mil professores na Paraiba são tapa-buraco"

"A pouca procura por cursos de licenciatura nos vestibulares tem gerado a carência de professores qualificados na educação básica, em todos os municípios paraibanos. Segundo os últimos dados do Sistema de Estatísticas Educacionais do Ministério da Educação (MEC), 28 mil postos de trabalho (47% do total), nas redes pública e particular de ensino da Paraíba, são ocupados por professores que não têm a formação adequada para ensinar (licenciatura). Mesmo assim, eles lecionam em turmas de 5ª a 8ª séries e no Ensino Médio e acabam atuando como “tapa-buraco” e assumindo a responsabilidade de ensinar conteúdos que, muitas vezes, não conhecem e não dominam.
Os dados mostram, ainda, que 3,7 mil vagas são ocupadas por profissionais que não têm nem mesmo a graduação e 25 por quem só tem o Ensino Fundamental, sendo que em quatro postos de trabalho, os professores atuam no Ensino Médio e “ensinam” alunos que têm um grau de escolaridade maior que o deles.
A carência de profissionais capacitados é considerada alarmante pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e tende a se agravar, pois somente na rede estadual de ensino da Paraíba, 3 mil educadores do quadro efetivo já atingiram a idade de se aposentar. O CNE e a Associação dos Professores de Licenciatura Plena (APLP/PB) alertam para a ameaça de um “apagão” na educação, caso medidas emergenciais e estruturais não sejam tomadas."

Matéria completa no site: http://www.agencia.ufpb.br/ver.php?pk_noticia=3679

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Relato sobre a experiência do estágio (A festa de Reis no B. do Barro Vermelho)

Por Edilaine Silva

Como é difícil estar em um espaço não-formal na condição de uma futura professora de História. Por certo tempo acreditei que seria mais fácil, visto que a instituição pública possui certas regras que “podam” a atuação do professor. Grande equívoco o meu. Percebi que estava equivocada quando depois de muitas idas e vindas na comunidade do B. do Barro Vermelho encontramos certas restrições e nosso projeto passou por uma “banca examinadora” pra ser aprovado ou não.
Naquele instante eu percebi como as organizações não estatais são igualmente preparadas com suas leis e regimentos. O que mais me deixou contente foi a coletividade daquelas pessoas. Aos poucos fomos nos reinventando, mudando a metodologia de trabalho para dar conta da maneira que a comunidade era estruturada e para não ferirmos a mesma em termos organizacionais.
Minha surpresa foi a recepção das pessoas à nossa presença no Bairro, fiquei muito lisonjeada com a confiança e o carinho. Aos poucos fomos conseguindo as entrevistas, que por sinal foram muito boas.
Outra coisa que pude observar foi a realidade do maior bairro da cidade e tentar compreender as pessoas, alunos não-formais e futuros alunos formais. Acredito que nosso trabalho fez mais do que valorizar a cultura do bairro, me fez entender a realidade do trabalho de campo, as dificuldades de se conquistar a confiança das pessoas e principalmente a me despir de pré-conceitos sobre os lugares da cidade.
Clio e Mnemosyne não brigam para ocupar o espaço da outra, elas andam juntas, companheiras de estrada, elas nos acompanharam perfeitamente neste trabalho. A companhia delas nos fez discutir conceitos sobre cultura e festa popular e a importância do reisado para essas pessoas. Escutar, ter paciência e persistência é tarefa árdua, mas nos deixa com a sensação de trabalho cumprido e ao mesmo tempo nos deixa com a sensação de que nada será como antes, nem para nós, que aprendemos tanto com as experiências pessoais, nem para aquelas pessoas, que agora percebem o valor da cultura daquele lugar.

História e cidadania: por que ensinar história hoje? Marcelo de Souza Magalhães

Por Edilaine Silva


Desde quando a disciplina História foi implementada, no final do século XVIII e início do XIX na França, que se pensava a sua função enquanto umas das fundadoras da nação e com um caráter cívico. A mesma só foi implementada no Brasil após a criação do Colégio Pedro II no século XIX, era uma história baseada nos valores da Europa Ocidental, sofrendo profundas influências da França.
Para o autor Marcelo Magalhães o nascimento da História do Brasil enquanto disciplina só aconteceu no ano de 1895, onde se trabalhava através biografias de brasileiros considerados ilustres, era uma história que afirmava o mito fundador da nação para fortalecimento de uma identidade nacional homogênea. Essas características, juntamente com a idéia de progresso, foram obtidas principalmente após o modelo historiográfico do IHGB.
No final da década de 20 surgem os Annales que repensavam a historiografia e criticavam a produção histórica baseada nos acontecimentos políticos. No Brasil entre 20 e 30 aconteceu o movimento da Escola Nova que pontuava o caráter da preocupação excessiva da história para com o passado e a memorização excessiva dos fatos, datas e nomes.
Apesar desse movimento, em 60 a situação muda com o advento da Ditadura Militar; havia um controle maior do Estado quanto à história e utilizavam a mesma para formação de um espírito cívico.
O que se percebe é que por trás das disputas pelo que ensinar e de como é organizado o currículo escolar estão ideologias. São essas ideologias que permeiam mudanças de “temas” a serem estudados, é o chamado “currículo oculto”.
O certo é que desde quando a disciplina História surgiu, está relacionada à formação do cidadão. E as mudanças políticas, sociais e ideológicas é que vão dar o tom para que tipo de cidadão vai ser “formado”.
Cada época tem um “tipo-ideal” a ser idealizado. A partir da década de 1990 aparece a preocupação com a formação de um “cidadão crítico” dentro dos Parâmetros Curriculares Nacional.
A Cidadania hoje ampliou mais pontos e engloba além de questões sobre participação política no Estado e dos direitos sociais, a inclusão de novos direitos políticos. A introdução dos temas transversais tenta dar conta desta sociedade contemporânea tão inconstante, tão mutável e imprevisível. Sobre a questão da identidade, sobressai o direito à diferença.

Referência: MAGALHÃES, Marcelo de Souza. História e cidadania: por que ensinar história hoje. In. ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (orgs.). Ensino de história: conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003.

A transversalidade e a Renovação no Ensino de História

Ana Bela O. Pereira Lima


O autor José Alves trata com coerência os temas transversais destacando a importância desta para renovação no ensino de historia.
José Alves inicia o texto apontando para os problemas que passa o sistema educacional e social. Fator socioeconômico que reflete na vida de todos os indivíduos, causando afastamento dos alunos mais carentes das escolas publica.
No campo educacional José Alves discute a maneira como os conteúdos são abordados, transmitidos e trabalhados na sala de aula com métodos tradicionais.
Enfatizando a disciplina de historia o autor analisa e critica como os conteúdos de história e acabada, priorizando os grandes feitos e heróis afastando alunos dos contextos históricos, transformando o espaço escolar pouco interessante. Diante desse contexto o autor chama atenção dos docentes de história para a proposta dos temas transversais que atravessa os conteúdos e principalmente analise os conceitos e ato de educar e a própria história.
O docente tem que se enquadrar na nova forma de abordar os conteúdos de história, qual objetivo quer alcançar com aluno, aproximar da realidade dos mesmos e insere-los no contexto histórico para formar cidadãos conscientes de suas histórias, formadores de opinião, ou seja, ser humano crítico. Os temas transversais: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio ambiente integrando-se a disciplina de história ajudara a combater que os docentes trabalhem esses conceitos de modo dinâmico e interessante para que o aluno sinta motivado para estar presente na sala de aula e melhora a maneira de se relacionar com outras pessoas fora do ambiente escolar também.

Esses temas, presente na realidade dos brasileiros, devem se referência constante na prática escolar dos alunos de ensino fundamental e médio. (Alves José 2003, p. 59)

Diante destas questões os outros expõem três exemplos que foram aplicados com a transversalidade. O mesmo analisa os primeiros exemplos e conclui que: o primeiro é o trabalho interdisciplinar segundo o mesmo é uma colagem feita porá várias disciplinas tentar unificar apartir dos fragrementos e a considera como uma overdose de informação, o segundo é criar dentro da grande curricular e do horário semanal um espaço para discutir os temas transversais, que o mesmo também considera inviável para trabalhar, ao criar um espaço para discutir o tema contraria o principio da transversalidade, já que os temas transversais têm que ser abordados juntos com as disciplinas.
Portanto a terceira analise como a mais viável a serem trabalhadas as disciplinas como meio e a transversalidade como fim. Estar deixarão de buscar objetivos em si mesmo, como tradicionalmente era feito, para se mostrarem como meio para realização dos objetivos por meio dos temas transversais.
Entretanto no ensino de história tanto os eixos temáticos como histórias clássica. (temas ou períodos) podem ser trabalhados renovados com os temas transversais.
Vale apena ressaltar que depende da consciência de cada educando assumir esta realidade que é renovar o ensino de história.
O autor conclui afirmando que sabendo que o ensino é algo dinâmico e necessita adaptar-se ás diversas realidades e alunos, vimos que, numa abordagem tradicional com na implantação de eixo temático, o professor pode e deve renovar o ensino de história.

Bibliografia:

História na sala de aula: conceitos práticas e propostas / Leandro Karnal, (org): - São Paulo: Contexto, 2003

Um ensino transversal? Ou interdisciplinar?


O conceito de transversalidade na educação é facilmente confundido com a interdisciplinaridade, mas existem diferenças palpáveis entre elas, por isso é necessário conhecemos o esqueleto do conceito depois disto ficaram expressas suas particularidades. A forma como os conteúdos são escolhidos e abordados em sala de aula é o grande foco deste debate, pois nos reportamos ainda no século XIII ao modelo tradicional, mas a experiência tem mostrado a necessidade de mudanças para que o processo de ensino e aprendizagem acompanhe o desenvolvimento tecnológico e cultural, o modelo quadrado de distribuição e escolha "daquilo" que vai ser ensinado não cabe mais na atual conjuntura em que o conhecimento é construído em cliks e divulgado também com um clik, a sensação que temos é que tudo está acelerado, os seres humanos com suas diferenças e anseios estão desenvolvendo cada vez mais suas particularidades, construções sociais de séculos ou milênios estão sendo desconstruídas em décadas; o ensino transversal é a possibilidade de inserir no contexto das disciplinas discussões abrindo assim um leque de possibilidades. Não apenas “juntar matérias afins” (interdisciplinaridade), mas promover um conhecimento amplo, afinal de contas se na escola a disciplinas aparecem de forma separada como querem que se juntem na cabeça dos alunos? Como se não tivessem nada a ver uma com a outra?

Os temas transversais que nasceram desta proposta revelam a urgência que a sociedade brasileira tem em tratar alguns assuntos dentro da sala de aula, sendo eles:

ÉTICA

MEIO AMBIENTE

PLURALIDADE CULTURAL

TRABALHO E CONSUMO

SAÚDE

EDUCAÇÃO SEXUAL



Marcos Silva

Texto: A transversalidade e a renovação no ensino de História, comentado por Etevaldo Nunes Lopes, 8º semestre de História, Universidade do Estado da

Etevaldo Nunes Lopes

Para José Alves de Freitas Neto educar é um desafio constante, ainda segundo o autor não é tão somente um desafio, mas a possibilidade de discutir e destrinchar as diferentes matizes do conhecimento adquirido pela a humanidade ao longo do tempo.
Para tanto, o autor afirma que o mundo está em constante transformação, por outro lado faz-se necessário que o educador além de saber interpretar e acompanhar com agilidade esta evolução acelerada na produção do conhecimento e da informação, também é preciso saber traduzir o conhecimento para o cotidiano do aluno.
O autor aponta que é importante perceber que a fragmentação dos conteúdos, dos horários, bem como a estrutura burocrática das escolas, o quanto dificultou o senso investigativo e explorador dentro da realidade pelo qual se encontram professor e aluno.
O autor faz uma análise de realidades diametralmente opostas, na sua visão o aluno que tem acesso às novas tecnologias, ou seja, ferramentas tecnológicas como a rede de computadores, tem como construir seu próprio espaço, enquanto que o aluno, que estar desprovido das condições socioeconômicas só lhe resta buscar a minimamente à sobrevivência, por um outro lado, a realidade pode ser mais dinâmica do que a mera aula expositiva.
Esta é uma problemática, que segundo José Alves de Freitas Neto, a resposta é complexa, ainda segundo Freitas Neto não teríamos condições de esgotá-la, ou seja, no tocante a esta questão pode se dizer que estamos longe de encontrarmos uma solução, na visão do autor trata-se de uma resposta cujo plural deve ser encontrada no âmbito prático, bem como na realidade de cada educador.
Nesta acepção, de experiências vividas provavelmente vivenciadas nos espaços escolares. No entanto, segundo o autor desde 1995, se encontra atrelado aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o conceito de transversalidade , que tem a proposta assertiva de minimizar os efeitos da fragmentação dos conteúdos, etc.
A transversalidade sobre a ótica da realidade brasileira, os especialistas de diversas áreas de ensino, que segundo o autor se configura em cinco temas transversais para a educação nacional: ética, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual e meio ambiente, etc. Estes temas na visão do autor poderiam muito bem ser trabalhados e discutidos como apêndices das disciplinas tradicionais, o grande problema é como estes temas vêm sendo trabalhados na sala aula, ou melhor, como a transversalidade estar sendo trabalhada na sala de aula para que se tenha um resultado positivo?
O autor chama a atenção que não se trata de criar novas disciplinas, mas saber como lidar com a transposição didática, ou seja, trabalhar com conteúdos truncados especificamente na disciplina de História, destrinchar estes conteúdos contextualizando com elementos próprios do cotidiano sem que se perca na banalização de “cotidianizar” tudo que ver pala frente.
Por exemplo, no dia a dia do aluno , é comum o professor observar na sala de aula inúmeras piadinhas que mexem com a auto-estima do indivíduo, que na maioria das vezes tem a ver com o processo da escravidão no Brasil, segundo Freitas Neto cabe ao educador a incumbência de instigar, de provocar esta “realidade histórica e cultural” para a sala de aula, tendo em vista ser bastante recorrente ouvir piadinhas depreciativas: “negro urubu”, “negro só tem de branco os dentes”, negro é ousado mesmo”, são coisas que aberrantes advindas do baú da escravidão, que aos poucos vão se dirimindo.
O texto abrange muitos aspectos que não se esgotam, indagações cujas respostas são indefinidas, como o próprio autor deixa claro que se trata de uma problemática, que para todos os efeitos não há solução aparente, neste sentido A Transversalidade dentro do contexto da Renovação do Ensino de História é um processo em construção, mas sem dúvida este olhar transversal, ou seja, o objeto da transversalidade conjugará novas abordagens a respeito do ensino da História.


Referência:

Karnal, Leandro (Org). História na sala de aula, conceitos, práticas e propostas: São Paulo, Contexto, 2003.

Sobre o Estágio

Etevaldo Nunes Lopes

O estágio proporcionou-me experiência nova, porque na verdade, possibilitou o contato direto com a realidade social pelo qual vivem às mulheres do bairro da Concic, bem como conhecer o espaço em que elas organizaram, ou seja, imputadas e desprovidas de elementos fundamentais que são os direitos básicos e elementares da pessoa humana, como educação, saúde, moradia, infraestrutura, segurança, etc. tiveram a idéia se organizar em torno do bem comum, por isso o surgimento da associação de mulheres do bairro da Concic (AMBAC).
A experiência de ter podido compartilhar um pouco do nosso conhecimento enquanto equipe e ao mesmo tempo buscando aprender com a comunidade as suas experiências, seus relatos de vidas, suas histórias, suas conquistas, bem como os desafios que terão que enfrentar dentro desse espectro de sociedade denominada de contemporânea, onde a mulher conseguiu galgar espaços importantes, mas ao mesmo tempo percebe-se que ainda há barreias que precisam ser quebradas para que pensemos em uma sociedade mais justa e equânime.
Do ponto de vista do conhecimento, vivenciar algo novo, quanto mais quando este advém ou parte dos anseios coletivos, diria que amadurece o espírito e humaniza o indivíduo, também nesse sentido floresce o desejo de crescer harmoniosamente sem precisar obliterar o espaço do outro, isso também se reveste ao pensamento e construção da alteridade, aliás, discurso que soa como moda no espaço acadêmico, que teoricamente falando seria o pensamento perfeito, se não houvesse na prática o contrário.
Assim o que me chamou a atenção, diria que não fora só a mim, mas também aos meus pares, foi a própria construção do painel integrado, em que cada grupo de forma dinâmica destacaria três desejos mágicos, e colaria no cartaz, pudemos observar que as mulheres desta associação lutam ainda por direitos básicos, como calçamentos, segurança, moradia, e prioritariamente a educação, que fora digamos assim, a mola propulsora para o surgimento da associação, que nasceu da necessidade de se construir uma creche no bairro.
Quando se participa destes espaços até então esquecidos se percebe que a sociedade organizada tem um poder de pressão sobre o poder público muito mais eficaz do que ficar a mercê tão somente do governante de plantão, é a que velho ditado, se ficar esperando pelos os políticos as coisas simplesmente não acontecerão.
Este estágio fora o mais exaustivo, esgotemos muitas energias, enfrentamos muitas dificuldades, para mim foi uma experiência ímpar, onde a construção de qualquer caminho, nesse entendimento se refere à profissão, que é sobretudo um preparo para o amadurecimento, pois acaba vivenciando situações muitos sensíveis, entre elas a carência estampada no rosto das crianças e das mães que trouxeram seus filhos também para que naquele momento pudéssemos saciá -los no lanche matinal, infelizmente esta é a realidade da nossa cidade, do nosso país.
Em muitos momentos é preciso ser forte se quiser ensejar algo de importante na vida, cada um sabe e conhece o seu próprio limite, é preciso sensatez e humildade se quiser desistir sem tornar-se exânime, lânguido, e sem fraquejar os outros, isto é virtude é experiência. Portanto, veja se este poema tem a ver com sua experiência, no desejo certo de seguir em frente.
De tudo ficaram três coisas:
A certeza de que estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido
Antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura, um encontro. (Fernando Pessoa).
Esta busca, este encontro me proporcionou mais uma centelha de experiência na vida.

Minha experiência de estágio

O tema do trabalho que eu e o meu grupo de estágio realizamos foi denominado de Memórias de uma vida, foi pensado como uma forma de valorizar e resgatar a “memória” de pessoas mais velhas ou terceira idade, inicialmente pensamos no lar dos velhos, mas não foi possível, tivemos que pensar em uma outra possibilidade sem perder a proposta inicial, então surgiu a idéia de trabalhar-mos com alguns moradores da Praça do Rosário, colocamos nosso projeto em prática iniciando com entrevistas filmadas, material necessária para a produção do documentário que desde a proposta inicial estava presente como resultado final. Entrevistamos quatro pessoas, três senhoras e um senhor, confesso que pensei que seria fácil por se tratar de um estágio em ambientes não formais, mas eu estava enganado e gostei da surpresa, pois o tempo foi pouco, na medida em que as entrevistas aconteciam era como se fossem nos contados roteiros de novelas, mas sem a previsibilidade de seus finais, historias que nos comoveram, que nos informaram e que nos fizeram rir. A edição do vídeo foi outro momento muito especial, pode perceber detalhes e expressões que eu não tinha notado no momento da captura das imagens, pretendo a partir desta experiência trabalhar em um mega documentário nos próximos seis meses interruptos.


Marcos Silva

História e Cidadania

No texto, História e Cidadania: por que ensinar história hoje?, de Marcelo Souza Magalhães, o autor vem demonstrando como a disciplina História vem sendo ministrada no Brasil ao longo dos anos. Para tanto, o autor faz uma abordagem histórica, destacando as principais disputas ocorridas em torno do que ensinar, desde a metade do século XIX, com a criação do Colégio Pedro II em 1837 a contemporaneidade.
As pesquisas e os estudos em torno do Ensino de História no nosso país têm revelado que a idéia sobre o que ensinar está inextricavelmente associado ao projeto de cidadão que pretendemos formar. Nesse sentido, cada tempo, cada época, cria, ou seja, forja um modelo de cidadão. Se nos reportarmos a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, perceberemos que o objetivo deste, era criar uma identidade nacional homogênea. A intenção era entender o Brasil a partir dos fatos e feitos dos grandes heróis. Desse modo, era dever da disciplina História propagar esses pensamentos, compreendendo que a construção da nação, o futuro do país, dependia das memórias que seriam lembradas.
A supervalorização desses personagens ilustres desmoronou-se a partir das décadas de 1920 e 1930 através da Escola dos Annales. A Nova História colocou em xeque esse reconhecimento exacerbado dos fatos e feitos desses homens, e passou a ter novas abordagens, objetos e problemas. Nessa perspectiva, esse novo olhar atingiu as práticas de ensino dos professores em História, haja vista que, questionava-se a valorização dos acontecimentos e do político. Segundo Magalhães, esse fator promoveu uma avaliação pedagógica no método de ensino, já que, a memorização excessiva, por exemplo, contribuía com um ensino positivista.
Nos anos subseqüentes, veio os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que também traz em seu discurso a importância do significado do ser cidadão e da cidadania nas aulas de história. Para os PCNs, a questão da cidadania parte do pressuposto que a função da História é formar cidadãos críticos, para que possam atuar na sociedade. Nesse contexto, este age como o mecanismo de contribuir com o papel do educador. E de fato o é, pois este promove discussões e novas perspectivas na postura do professor, implicando nas suas ações na sala de aula.
Portanto, nesse texto, creio que a intenção do autor é desvelar a importância do ensino da história. Entendendo que a palavra cidadania precisa ser compreendida em seu contexto, digo, em seu tempo. Para saber, a maneira como atuar na sala de aula. Afinal de contas, ao longo da história, percebemos as formas e os contornos que ela teve. Sendo assim, saber ensinar História hoje é perceber como as abordagens sempre estão se reinventando.
Alana Nery Moreira

Procedimentos Metodologicos no Ensino de Historia

As críticas sobre os métodos de ensino levaram os educadores, no fim dos anos 60 do século XX, a dar maior enfase a esse aspecto, e a renovação do ensino recaiu assim nas questões metodológicas.
Quando se refere ao método tradicional, alunos e professores referem-se logo ao uso do livro didático ou aulas expositivas.Está associado a esse método o uso da lousa e giz.
O professor apenas transmite os conhecimentos, o aluno recebe uma carga de informações, que por sua vez pessam a ser repetidas mecanicamente oral ou por escrito.O professor passava uma atividade para ser respondida, e com, base nessa atividade era feita as avaliações para serem respondidas.
A história apenas enfatizava os grandes feitos dos grandes homens, exigindo apenas do aluno saber de cor "decoreba", nomes e datas de personagens ilustres. Nos anos 80, houve intensos debates sobre a renovação do ensino de história. O autor Jaime Cordeiro fundamentou-se em relatos de professores que difundiram a ideia de uma crise na disciplina, e construiu um slogan contra o ensino tradicional.
Os autores Marc Bloch e Lucien Febvre ao lançar a revista Annales, denunciava a produção de uma história muito centrada no acontecimento e no político, tendo como atenção os grandes homens (chefes, reis, presidentes).Tal história resultava no ensino etnocentrico.
No Brasil as décadas de 1920 e 1930 foram marcadas pela Escola Nova.Questionava-se a ênfase dado ao passado, como tambem criticava a metodologia aplicada, que era a memorização excessiva através de atividades respondidas no livro ou caderno.Foram adotadas medidas para inovar o ensino, em geral, o de história com a criação de cursos universitarios voltados para a formação do professor secundário.


Bibliografia:
Bitencourt, Circe Maria Fernandes
Ensino de história:fundamentos e métodos/Circe Maria
Fernandes Bitencourt-São Paulo:Cortez, 2004.
*Geovana Sousa Lopes*

Conteúdos históricos: como selecionar?

*Circe Maria Fernandes Bittencout *

A autora inicia o texto pontuando que no tempo atual o professor vem enfrentando uma grande dificuldade ao selecionar os conteúdos históricos e adequá-lo as diferentes realidades escolares. Ela ressalta que para profissional da educação obtenha sua autonomia dentre vários aspectos, ele precise optar em manter os conteúdos tradicionais ou trabalhar com os conteúdos significativos, ou seja, selecionar um tema e trabalhá-lo nos diferentes espaços sociais e culturais que o aluno está inserido.
A autora também aborda aspectos da história, e como o professor pode estar lidando em sala de aula com estas passagens históricas. Bittencout destaca no texto que as propostas curriculares são apresentadas de forma não idênticas, porém com algumas semelhanças aos fundamentos pedagógicos. Outras propostas estão ligadas há um conteúdo visto como tradicional, porém já existam propostas curriculares que estão organizados por eixos temáticos.
Outra reflexão que a autora busca em seu texto tem haver com a complexidade de selecionar os conteúdos, no entanto ela explica que mesmo com as novas tendências curriculares e a ânsia de mudança que os professores tenham, ainda estão presos aos conteúdos que estão atrelados no geral, porém ela afirma que,

A seleção de conteúdos escolares é um problema relevante que merece reflexão, pois constitui a base do domínio do saber disciplinar dos professores. (Bittencout, p. 138).

Os embates em torno dos conteúdos significativos ocorrem primeiro pela impossibilidade de ensinar toda história da humanidade, a precariedade do ensino nas redes públicas e a falta de material didático que atenda esta demanda, mas existe uma discussão positiva acerca desta temática, pois as mudanças no currículo do ensino de história vêm atender as novas gerações, contudo para que o professor esteja preparado para trabalhar as temáticas é preciso domínio nas produções historiográficas.
Bittencout afirma que a discussão sobre a produção historiográfica tem aumentado significamente e renovando os temas. Tendo novas interpretações com os antigos e também introduzindo novos objetos de estudo como da mulher, das crianças, religiões e religiosidade e da relação entre o homem e a natureza etc. a autora chama atenção sobre a produção historiográfica sendo importante para o ensino de história, mas mesmo assim é preciso certo cuidado, principalmente na formação continua do professor, mantendo-o sempre atualizado. Assim o texto implica em discutir as novas tendências da produção historiográfica atrelada as relações de aprendizado no âmbito escolar.
As concepções sobre o objeto de estudo para o ensino de história vêm embarcando discussão em torno de uma prática de ensino que envolve uma gama de temáticas históricas. A história como narrativa é fundamental, pois como afirma Bittencout a história pode ser gerada pelos fatos narrados do passado. Onde o historiador pode reunir documentos ou fatos importantes, ordena-lo cronologicamente e narrá-los.
Na afirmação da autora a historiografia passa por mudanças significativas no decorrer do século XX, passando a disputar espaços com as ciências sociais, principalmente com a sociologia, antropologia e a economia, esta disputa veio para quebrar paradigmas na concepção histórica da época. Para o historiador Ciro Flamarion ao analisar este processo da história, aborda entre anos de 1950 e 1968 duas filiações fundamentais que foi a escola do Annales, introduzida por Marc Bloch e Lucien Febvre e o marxismo, tendências que contribuem até os dias atuais para identificar e explorar a história do capitalismo e fatos como a micro-história até chegar à macro-história.
As duas correntes a marxista e a nova história, para Bittencout veio para aproximar os historiadores dos sujeitos sociais como objetos de investigação da antropologia. Essas tendências servem como base para obrigar o historiador a se reisignificar enquanto pesquisador /investigador, visando outros métodos de estudo como os povos que há séculos foram esquecidos e anulados da história da civilização, povos este que eram considerados sem memória, pois não existia nenhuma escrita desta população africana ou indígena, os mesmos foram incorporados à historiografia através dos relatos orais, lendas, mitos, objetos utilizados por eles, etc. Esta aproximação historiografia x antropologia deu origem a história cultural.
Com a nova história cultural, formou-se uma outra corrente, que permite reconstruir a história política, junção que permite analisar através da história atual, temas políticos, que é a história das culturas políticas, dos regimes e sistemas de governo com as representações de poder introduzido pelo filosofo francês Michel Foucault, onde ele se interessa pelas diversas esferas de poder.
As variadas formas de interpretar a historiografia, partindo da esfera da micro-história, permitem que o ensino de história articule e re-labore, mesmo não sendo uma tarefa fácil o currículo no sentido que parta de uma relação entre micro com a macro-história. Neste sentido a seleção de conteúdos podem se caracterizar com a história do tempo presente, passagem denominada recente ou contemporânea conhecida também como história imediata. Historiadores que pesquisa o presente como parte da história, utiliza como metodologia temas atuais ou debates acerca de um passado muito próximo.
A história imediata e um conceito utilizado para identificar novas formas de pesquisar o passado com temas atuais, ajudando o profissional de história a orientar o seu aluno a identificar conceitos ou fatos ocorridos na história. Fatos do tempo presente corroboram com o ensino de história, no entanto as práticas pedagógicas por professores vêm denunciando uma outra linha que não é interessante para o educando, como frases decorativas: A história é a ciência que estuda o passado dos homens para entender o presente e criar projetos para o futuro, estas frases como afirma Circe Bittencout, tem pouco significado e é repetida pelos alunos na maioria das vezes, em provas e entrevistas, a partir de uma concepção trazida por professores que reproduz em sala de aula afim que o aluno entenda o conceito: pra que se estuda história?
Circe Bittencout além de abordar os métodos para se trabalhar dentro do conteúdo de história, destaca problemas que os professores enfrentam ao utilizar temáticas nos planos pedagógicos, onde existe a dúvida em privilegiar uma história nacional, geral ou mundial ou das “civilizações”, no entanto há sim privilégios, e a história brasileira na atualidade, vem sendo colocada em posição secundária, segundo as verificações feitas nas produções didáticas, em torno das discussões do mundo globalizado.
Outra linha de estudo que vem sido introduzido como um constante desafio para o ponto de vista teórico, fazendo parte da produção historiográfica de vários países, principalmente no Brasil. Resume-se na história regional, inserida nos meados de 70 como uma corrente que tomou proporção a partir da avaliação de processos migratórios e socioeconômicos.
A história regional é uma corrente que propõe um estudo aprofundado que parte de uma dimensão singular e vai de encontro com os conhecimentos sobre a história nacional, além disso, ela serve para a formação da identidade do individuo, ou seja, é utilizada nos programas escolares como norteador do sentimento de pertencimento da cidade de origem do aluno. A autora também afirma que a história regional serve como estratégia política educacional para facilitar intercâmbios e ampliar formas de integração mais sólidas entre países. O MERCOSUL é um exemplo destes acordos, aonde vem procurando implantar projetos educacionais a fim de proporcionar ao estudante a aprender variados idiomas dos países participantes, estratégias que é de suma importância para as matérias de geografia e história, proporcionando ao aluno comparações a nível regional.
No âmbito escolar como pontua Bittencout, outra linha de estudo que tem cada vez mais alvo de discussão e tendo como indicação como um recurso de suma importância para o ensino de história, e a história local, pois possibilita a compreensão do entorno do aluno. Ela ressalta que a história local é ligada ao estudo do cotidiano. Permitindo que indivíduos comuns participem da história relacionando-o com a pluralidade da esfera social.
Um fator determinante para a história local atrela-se ao conceito de memória, possibilitando ao aluno abarcar dentro do seu contexto sociocultural, a conhecer antigos prefeitos, personagens que marcaram determinada cidade, a memória de uma família, festa etc. Bittencout, conclui que a memória não pode ser confundida com a história, pois a memória precisa-se ser evocadas, recuperadas e confrontadas, ou seja, ela é utilizada como uma ferramenta da história.
As correntes apresentadas pela autora Bittencout tem como finalidade trazer para o profissional de história como e pra que se estuda história, através das discussões e embates que a nova história proporciona até os dias atuais acerca da esfera historiográfica, trazendo a tona aspectos que envolvem o sujeito social no processo cultural, econômico, político e social sob influência antropológica, sociológica e histórica.

Experiência do Estágio no espaço não-formal


O tema em que a equipe se propôs a fazer foi memória e cultura, porém ouve um problema, ao escolher o tema no primeiro momento sentamos e fomos discutir qual tema ser trabalhado, então sugerirmos três idéias, a primeira foi inserir um projeto com o eixo memória e cultura do bairro do barro vermelho, a segunda o meio ambiente, a ultima das cogitações foi o alcoólicos anônimos.
Outro ponto que a equipe enfrentou foi à resistência dos moradores e os horários que não batia com a do estágio. Aí veio a idéia de fazer um documentário exibindo as entrevistas, e o reisado, aspecto cultural especifica do bairro que não mais existia.
O primeiro contato que a equipe teve para decidimos qual a festa a ser trabalhada foi com os moradores e alunos da comunidade senhora do Guadalupe, onde ele/as expões sobre os festejos que ocorriam no bairro, principalmente da festa que mais marcaram e ficaram na memória dos mais antigos da comunidade do Bairro do Barro vermelho. Ressaltando que a festa marcante foi o “terno de reis”
Começamos a freqüentar a comunidade, com o intuito de investigar e entrevistar, como era feita a festa. Quando começamos a entrar em contato com as pessoas começamos a perceber a importância que aquele festejo tinha para eles e a insatisfação com que ele/as falavam da nova geração que não dá mais valor ao símbolo cultural que o festejo traz.
O estagio nos espaços não formais também trouxe um aspecto fundamental para nós que foi permitir que colocássemos em prática tudo aquilo que foi aprendido e decorado: O professor de história e demais áreas acima de tudo tem que ser um pesquisador e investigador, e acima de tudo nos percebemos enquanto sujeitos da história, até então ainda não tinha percebido ao longo do curso. Outra contribuição que esta etapa nos concedeu foi conhecer uma Itaberaba, que até então não tinha história e deu lugar a uma cidade com múltiplas histórias tanto no âmbito político quanto no sociocultural. Sendo possível trabalhar em sala de aula costumes, valores e cultura através da história local para uma visão geral da historiografia.
O sentimento que fica é que valeu todos os momentos, mesmo com alguns problemas e também de missão cumprida, pois obtemos naqueles instantes o reconhecimento do nosso trabalho.